Estudo transversal da autopercepção de saúde em adultos residente na cidade de Anápolis – Goiás e a influência do estilo de vida, do acesso ou não à assistência à saúde e a presença ou não de doenças crônicas/ Study of health self-perception in adults resident in the city of Anápolis - Goiás and the influence of lifestyle, access or not to health care
Abstract
OBJETIVO: Descrever como a população adulta residente em Anápolis – GO avalia as suas condições de saúde. MÉTODOS: Foram entrevistados 200 moradores do bairro Santa Maria de Nazareth, do município de Anápolis – GO, com faixa etária entre 20 a 91 anos. Os questionários continham informações sobre características individuais, da habitação, hábitos relacionados à saúde, hábitos de vida e auto avaliação da saúde. A análise estatística foi realizada pelo teste de Wilcoxon para amostras independentes para comparação das medianas das idades entre os grupos masculino e feminino, e pelo teste do qui quadrado (?2) para comparação dos valores entre as multivariáveis foi utilizado o teste não paramétrico Kruskal-Wallis. Em todos os testes aplicados, considerou-se como diferença estatisticamente significativa quando a probabilidade foi menor do que 0,05 (p < 0,05). RESULTADOS: A doença mais prevalente na amostra foi hipertensão arterial (28%), porém, 40% dos entrevistados não relataram comorbidades. A autopercepção de saúde regular foi a mais relatada entre os hipertensos e diabéticos, com 50% e 47%, respectivamente. Estes dados apresentaram diferenças estatísticas significativas (p=0,0001). Quanto ao estilo de vida, 69% dos entrevistados relataram que não são fumantes, 68% não ingerem bebida alcoólica, 69% são sedentários e 99% não usam drogas ilícitas. CONCLUSÃO: Os dados apresentados mostram uma estrutura multidimensional da autopercepção de saúde e evidenciam que a população percebe saúde não apenas como inexistência de doença, mas também como um conceito relacionado com aspectos sociais e demográficos, e em menor proporção, com aspectos comportamentais.
Keywords
Full Text:
PDF (Português (Brasil))References
Rouquayrol MZ, Goldbaum M. Epidemiologia, história natural e prevenção de doenças. In: Rouquayrol, MZ, Almeida Filho N. Epidemiologia e Saúde. Rio de Janeiro: MEDSI, 1999. p. 15-30.
Barros JAC. Pensando o processo saúde doença: a que responde o modelo biomédico? Saúde e Sociedade, 2002; 11(1):67-84.
Lima PC, Silva AB, Traldi MC. Determinantes do processo saúde-doença: identificação e registro na consulta de enfermagem. Revista Acadêmica Digital do Grupo POLIS Educacional, 2008; 4(5):197-210.
Buss PM, Pellegrini Filho A. A saúde e seus determinantes sociais. PHYSIS: Revista de Saúde Coletiva, 2007; 17(1):77-93.
Agostinho MR, Oliveira MC, Pinto MEB, Balardin GU, Harzheim E. Autopercepção da saúde entre usuários da Atenção Primária em Porto Alegre, RS. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, 2010; 5(17):9-15.
Aleixo NCR, Sant’anna Neto JL. Percepção e riscos, abordagem socioambiental do processo saúde-doença. Mercator. 2011; 10(22):191-208.
Alves LC, Rodrigues RN. Determinantes da autopercepção de saúde entre idosos do Município de São Paulo, Brasil. Revista Panamericana de Saúde Pública, 2005; 17(5):333-341.
Bailis DS, Segall A, Chipperfield JG. Two views of self-rated general health status. Soc Sci Med, 2003; 56(2):203-217.
Marcellini F, Leonardi F, Marcucci A, Freddi A. Health perception of elderly people: the results of a longitudinal study. Arch. Gerontol. Geriatri. Suppl, 2002; 8(1):181-189.
Kunkel N, Oliveira WT, Peres MA. Excesso de peso e qualidade de vida relacionada à saúde de adolescentes de Florianópolis. Rev Saúde Pública, 2009; 43(2):226-35.
Loch MR, Possamai CL Assocoação entre percepção de saúde e comportamentos relacionados à saúde em adolescente escolares de Florianópolis, SC. Cienc Cuid Saude, 2007; 6(2):377-383.
Goodman E. The role of socioeconomic status gradients in explaining differences in US adolescents’ health. Am J Public Health, 1999; 89:1522-8.
Moreira TMM, Santiago JCS, Alencar GP. Autopercepção de saúde e características clínicas em adultos jovens escolares de um interior do nordeste brasileiro. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 2014; 48(5):794-803.
Santos CA. Qualidade de vida, autopercepção de saúde e de comunicação de adolescentes de 15 a 18 anos, estudantes de escolas pública e privada de Belo Horizonte/MG. Monografia - Curso de Fonoaudiologia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2012.
Hartmann ACVC. Fatores associados à autopercepção de saúde em idosos de Porto Alegre. Tese De Doutorado - Programa de Pós-Graduação do Instituto de Geriatria e Gerontologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008.
Reichert FF, Loch MR, Capilheira MF. Autopercepção de saúde em adolescentes, adultos e idosos. Ciênc Saúde Coletiva [Internet]. 2012; 17(12):3353-62.
Arber S, Ginn J. Gender and inequalities in health in later life. Soc Sci Med, 1993; 36(1):33-46.
Zimmer Z, Amornsirisomboon P. Socioeconomic status and health among older adults in Thailand: an examination using multiple indicators. Social Science and Medicine, 2001; 52(8):1297-1311.
Dachs J, Norberto W. Determinantes das desigualdades na auto-avaliação do estado de saúde no Brasil: análise dos dados da PNAD/1998. Ciênc. Saúde Coletiva, 2002;7:641-57.
Claro LBL, March C, Mascarenhas MTM, Castro IAB, Rosa MJG. Adolescentes e suas relações com serviços de saúde: estudo transversal em escolares, de Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saúde Pública, 2006; 22(8):1565-74.
Cureau FV, Duarte PM, Santos DL, Reichert FF. Autopercepção de saúde em adolescentes: prevalência e associação com fatores de risco cardiovascular. Rev Bras Ativ Fis e Saúde, 2013; 18(6):750-760.
Lima-Costa MF, Firmo JOA, Uchôa E. A estrutura da auto-avaliação da saúde entre idosos: projeto Bambuí. Revista Saúde Pública, 2004;38(6):827-34.
Silva NN, Pedroso GC, Puccini RF, Furlani WJ. Desigualdades sociais e uso de serviços de saúde: evidências de análise estratificada. Rev Saúde Pública, 2000; 34(1):44-9.
Blumenthal D, Mort E, Edwards J. The efficacy of primary care for vulnerable population groups. Health Serv Res, 1995; 30:253-73.
Shi L, Starfield B, Politzer R, Regan J. Primary care, self-rated health, and reductions in social disparities in health. Health Serv Res, 2002; 37:529-50.
Ma J, Stafford RS. Quality of US outpatient care: temporal changes and racial/ethnic disparities. Arch Intern Med, 2005; 165:1354-61.
DOI: https://doi.org/10.34117/bjdv6n1-039