Agência e poder no Slow Food Pirenópolis: uma análise dos fluxos alimentares do movimento Slow Food / Agency and power in Slow Food Pirenópolis: an analysis of food flows in the Slow Food movement
DOI:
https://doi.org/10.34117/bjdv7n3-764Keywords:
Ator social, empreendedorismo, globalização, práticas alimentares.Abstract
O fenômeno da globalização afeta as cadeias de produção e consumo alimentar, colocando em pauta uma série de temas, como a sustentabilidade ambiental, a biodiversidade, a biogenética, a justiça social, etc., que mobilizam pessoas de diferentes países e posições sociais. O Slow Food é um movimento social criado na Itália como resposta aos efeitos padronizantes do fast food e ao estilo de vida e de alimentação que vêm se consolidando em várias partes do planeta. O movimento se guia por ideias chamadas de “filosofia do Slow Food” e a sua síntese está expressada no slogan “bom, limpo e justo”, que faz referência ao alimento de boa qualidade (bom), à sustentabilidade (limpo) e à justiça social no processo produtivo (justo). Em sua expansão global, o Slow Food articula o discurso e a prática os quais se traduzem em diferentes experiências sociais. Neste trabalho analisamos como o conjunto de ideias, conhecimentos, informações e práticas exitosas que transitam no movimento se configuram na cidade de Pirenópolis. Buscamos compreender como se formam e se transformam as relações sociais neste contexto local, a partir da reinterpretação e aplicação das propostas do movimento. Partimos da perspectiva antropológica de que os atores sociais locais estabelecem relações entre si, configurando estruturas de poder e, nesta dinâmica, o movimento se concretiza. Os dados foram coletados através de entrevistas abertas, observação e conversas informais. A análise revelou que o movimento não conseguiu se enraizar comercialmente na cidade, nem reunir um conjunto grande de adeptos que pudessem consolidá-lo nesse âmbito.
References
CLARK, Christina. Livelihood networks and decision-making among congolise young people in formal and informal refugee contexts in Uganda. HICN, Households in Conflict Network. The Institute of Development Studies - at the University of Sussex Falmer, Brigton, 2006.
GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. São Paulo, Unesp, 1991.
________________. A constituição da sociedade. São Paulo, Martins Fontes, 2003.
LONG, Norman. Sociología del desarrollo: una perspectiva centrada en el actor. México: Centro de Invetigaciónes y Estudios Superiores en Antropología Social, 2007.
MOL, Arthur P. J.; SPAARGAREN, Gert. Para uma sociologia dos fluxos ambientais. Uma nova agenda para a sociologia ambiental do século XXI. Política & Sociedade: Revista de Sociologia Política, Florianópolis, v. 4, n. 7, p. 27-76, out. 2005.
OOSTERVER, Peter; GUIVANT, Julia; SPAARGAREN, Gert. Alimentos verdes em supermercados globalizados: uma agenda teórico-metodológica. In: GUIVANT, Julia; SPAARGAREN, Gert; RIAL, Carmen (Org.). Novas práticas alimentares no mercado global. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2010. p. 15-57.
PETRINI, Carlo et al. A centralidade do alimento: Documento do VI Congresso Internacional do Slow Food 2012-2016. 2012. Disponível em: <http://www.slowfoodbrasil.com/documentos/a-centralidade-do-alimento-carlo-petrini.pdf>. Acesso em 24 jan. 2012
VICTORIA, Ane; MARIASELVAM, P. Organic farming of medicinal plants and alternative marketing. In: IFOAM-ASIA SCIENTIFIC CONFERENCE, 6., 2004, Yangpyung.Proceedings... . Yangpyung: Ifoam, 2004. p. 445 - 457.
WALLMAN, Sandra. The boundaries of household. In: COHEN, A. (ed.). Symbolising Boundaries: Identity and diversity in British Cultures. Manchester: Manchester University Press, 1986.
______. Migrants in cities: modelling urban identities. Antropológicas, n.5, Porto UFP, 2000.