Animais silvestres de estimação em Astorga, Estado do Paraná / Wild pets in Astorga, State of Paraná

Authors

  • Silvio Mayke Leite
  • Daiane de Oliveira Grieser
  • Pedro de Souza Quevedo
  • Vittor Tuzzi Zancanela
  • Ana Paula Silva Ton
  • Alessandra Aparecida Silva
  • Juliana Beatriz Toledo
  • Simara Márcia Marcato

DOI:

https://doi.org/10.34117/bjdv7n1-457

Keywords:

biodiversidade, cágado, canário, papagaio, tráfico de animais silvestres.

Abstract

O objetivo deste trabalho foi caracterizar a criação de animais silvestres tidos como de estimação no Município de Astorga, no estado do Paraná. Foram aplicados 300 formulários semi-estruturados, em locais públicos, com abordagem aleatória, incluindo os três distritos da cidade (Içara, Santa Zélia e Tupinambá). As questões realizadas foram para caracterizar as espécies silvestres tidas como de estimação, métodos de aquisição, se são legalizadas, cuidados, manejo e alimentação destes animais, dentre outras informações. Dos entrevistados, 13% possuem animais silvestres de estimação e dos que não tem, 21% gostariam de adquirir futuramente, e dentre a preferência caso fossem adquirir se destacam os papagaios (Amazona sp.), primatas e cobras. Os animais tidos como de estimação silvestres mais relatados pelos entrevistados foram os canários (Subordem: Passeri) e cágados (família Chelidae), sendo que adquiriram esses animais em sua grande maioria de outras pessoas, casas agropecuárias ou pegaram na natureza. Conclui-se que em Astorga, 13% das pessoas possuem animais silvestres de estimação, em sua maioria aves (cerca de 73%), com destaque para o canário da terra (Sicalis flaveola) (52%) e periquito (Melopsicttacus sp.) (12%). Com exceção a categoria das aves, o cágado foi a segunda espécie animal com maior frequência (22%) tida como de estimação. É evidente a necessidade de mais pesquisas nessa área e conscientização das pessoas da importância da aquisição dos animais silvestres que sejam permitidos pela legislação e de forma legalizada, bem como um maior número de profissionais qualificados nessa área para prestarem assistência quanto ao cuidado dessas espécimes.

References

ACHUTTI, M. R. N. G. O zoológico como um ambiente educativo para vivenciar o ensino de ciências. 2003. Dissertação (Mestrado acadêmico em educação) – Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí. p.68.

ALACS, E.; GEORGES, A. Wildlife across our borders: a review of the illegal trade in Australia. Australian Journal of Forensic Sciences, v.40, n.2, p.147–160, 2008.

ALVES, M. M.; LOPES, S. F.; ALVES, R. R. N. Wild vertebrates kept as pets in the semiarid region of Brazil. Tropical Conservation Science, v.9, p.354-368, 2016.

ALVES, R. Homens e animais: uma história de amor e evolução. Disponível em: <https://hypescience.com/homens-e-animais-uma-historia-de-amor-e-evolucao/>. Acessado em: 25/04/2018.

ALVES, R. R. N.; LIMA, J. R. F.; ARAÚJO, H. F. The live bird trate in Brazil and its conservation implications: an overwien. Bird Conservation International, v.23, p.53-65, 2013.

ARAUJO, A. C. B.; BEHR, E. R.; LONGHI, S. J.; MENEZES, P. T. S.; KANIESKI, M. R. Diagnóstico sobre a avifauna apreendida e entregue espontaneamente na Região Central do Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Biociência, v.8, n.3, p.279-284, 2010.

Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação – ABINPET. Mercado Pet Brasil 2019. Disponível online em:< http://abinpet.org.br/mercado/>. Acessado em: 22/11/2020.

Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação – ABINPET. População de animais de estimação no Brasil (2015). Disponível online em:< http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/camaras_tematicas/Insumos_agropecuarios/79RO/IBGE_PAEB.pdf>. Acessado em: 15/06/2016.

BARNOSKY, A. D.; MATZKE, N.; TOMIYA, S.; WOGAN, G. O. U.; SWARTZ, B.; QUENTAL, T. B.; MARSHALL, C.; MCGUIRE, J. L.; LINDSEY, E. L.; MAGUIRE, K. C.; MERSEY, B.; FERRER, E. A. Has the Earth’s sixth mass extinction already arrived? Nature, v.471, n.7336, p.51–57, 2011.

BARRETO, K. F. B.; GUIMARÃES, C. R. P.; OLIVEIRA, I. S. S. O zoológico como recurso didático para a prática de Educação Ambiental. Revista FACED, n.15, p.79-91, 2009.

BASTOS, L. F.; LUZ, V. L. F.; REIS, I. J.; SOUZA, V. L. Apreensão de espécimes da fauna silvestre em Goiás - Situação e destinação. Revista Biologia Neotropical, v.5, n.2, p.51-63, 2008.

BORGES, R. C.; OLIVEIRA, A.; BERNARDO, N.; COSTA, R. M. M. C. Diagnóstico da fauna silvestre apreendida e recolhida pela Polícia Militar de Meio Ambiente de Juiz de Fora, MG (1998 e 1999). Revista Brasileira de Zoociências, v.8, n.1, p.23-33, 2006.

CANTO, D. S. Interação homem e animal de estimação: um estudo acerca da posse de animais silvestres na cidade de Lábrea – AM. 2016. Dissertação (Mestrado em Dinâmicas Socioambientais), Universidade Federal do Amazonas, Manaus. 101p.

CARNIATTO, C. H. O.; LEONARDO, J. M. L. O. Aves silvestres atendidas no Hospital Veterinário do Centro Universitário de Maringá – CESUMAR. Revista em Agronegócios e Meio Ambiente, v.7, n.1, p.227-238, 2014.

CARVALHO, R. L. S.; PESSANHA, L. D. R. Relação entre famílias, animais de estimação, afetividade e consumo: estudo realizado em bairros do rio de janeiro. Sociais e Humanas, v.6, n.3, p.622-637, 2013.

COSTA, G. O. Educação Ambiental – Experiências dos Zoológicos Brasileiros. Revista eletrônica Mestrado Educação Ambiental, v.13, p.140-150, 2004.

DESTRO, G. F. G.; PIMENTEL, T. L.; SABAINI, R. M.; BORGES R. C.; BARRETO, R. Esforços para o combate ao tráfico de animais silvestres no Brasil (Publicação traduzida do original “Efforts to combat wild animals trafficking in Brazil). 2017. Disponível em:< http://www.ibama.gov.br/sophia/cnia/periodico/esforcosparaocombateaotraficodeanimais.pdf>. Acessado em: 10/06/2017.

DESTRO, G. F. G.; PIMENTEL, T. L.; SABAINI, R. M.; BORGES, R. C.; BARRETO, R. Efforts to Combat Wild Animals Trafficking in Brazil. Biodiversity Enrichment in a Diverse World, v.16, p.421-436, 2012.

DIRZO R.; YOUNG, H. S.; GALETTI, M.; CEBALLOS, G.; ISAAC, N. J. B.; COLLEN, B. Defaunation in the Anthropocene. Science, v.345, n.6195, p.401-406, 2014.

DREYFUS, A.; WALS, A. E. J.; WEELIE, D. V. Biodiversity as a postmodern theme for environmental education. Canadian Journal of Environmental Education, v.4, p.155-176, 1999.

FÁVERO L. P.; BELFIORE P.; SILVA F. L.; CHAN, B. L. Análise de dados: Modelagem Multivariada para Tomada de Decisões. Elsevier: Rio de Janeiro, Brasil, 2009. 646p.

FERREIRA, F. H.; MENDONÇA, S. V.; ALBANO, C.; FERREIRA, F. S.; ALVES, R. R. N. Hunting, use and conservation of birds in Northeast Brazil. Biodivers Conserv, v.21, p.221-224, 2012.

FIGUEIRA, C.J.M. Diagnóstico de apreensão de aves, répteis e mamíferos no Estado de São Paulo. 2007. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos. 241p.

FONSECA, A. R.; MENEZES, C. C.; GOMIDES, C. E.; SANTOS, D. S. Aves em liberdade: solte essa ideia!: relato de ações extensionistas voltadas para a preservação ambiental. Em Extensão, v.17, n.1, p.225-242, 2018.

GIZAH, G. C. S.; MATUELLA, G. A.; CORAIOLA, A. M.; SILVA, L. C. S.; LANGE, R. R.; SANTIN, E. Doenças de aves selvagens diagnosticadas na Universidade Federal do Paraná (2003-2007). Pesquisa Veterinária Brasileira, v.28, n.11, p.565-570, 2008.

GRIESER, D. O.; RODRIGUES, M. S.; MARCATO, S. M.; BRITO, M. M.; ZANCANELA, V. T.; MAIA, K. M.; SILVA, A. A.; CAXAMBU, M. G.; TON, A. P. S. Caracterização da criação de animais silvestres tidos como de estimação na região COMCAM, estado do Paraná. Interciência, v.44, p.681-689, 2019.

HAIR, JR. J.F.; BLACK, W. C.; BABIN, B. J.; ANDERSON, R. E. Multivariate Data Analysis. Pearson: Nova York, EUA, 2010. 785p.

HERNANDEZ, E. F. T.; CARVALHO, M. S. O tráfico de Animais Silvestres no Paraná. Acta Scientiarum Human and Social Sciences, v.28, n.2, p.257-266, 2006.

HOTZEL, M. J.; FILHO, L. C. P. M.; NOGUEIRA, S. S. C. Bem-estar de animais de produção: das necessidades animais às possibilidades humanas. Revista de Etologia, v.9, n.2, p.1-10, 2010.

Instituto Ambiental do Paraná – IAP. Portaria nº 246, de 17 de dezembro de 2015. Disponível em: <http://www.iap.pr.gov.br/arquivos/File/Fauna/Portaria2462015.pdf>. Acessado em: 21/11/2020.

Instituto Ambiental do Paraná – IAP. Portaria nº 137, de 01 de julho de 2016. Disponível online em: <http://www.iap.pr.gov.br/arquivos/File/Legislacao/Portaria_IAP_137_2016.pdf>. Acessado em: 31/03/2019.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Estimativas da população residente no Brasil e Unidades da Federação com data de referência em 1º de julho de 2018. Disponível em:<https://ftp.ibge.gov.br/Estimativas_de_Populacao/Estimativas_2018/estimativa_dou_2018_20181019.pdf>. Acessado em: 05/09/2018.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Plano Nacional de Saúde (PNS) - 2013. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística: Rio de Janeiro, Brasil, 2015.

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. Portaria nº117, de 15 de outubro de 1997. Diário Oficial da União. n.489, Seção 1, p.23, 16 out. 1997.

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. Portaria nº 93, de 07 de julho de 1998. Diário Oficial da União. n.128, Seção 1, p.74-77, 08 jul. 1998.

KONECKI, K. T. Pets of Konrad Lorenz. Theorizing in the social world of pet owners. Qualitative Sociology Review, v.3, n.1, p.110-127, 2007.

KUHNEN, V. V.; KANAAN, V. T. Wildlife trade in Brazil: a closer look at wild pets welfare issues. Brazilian Journal of Biology, v.74, n.1, p.124-127, 2014.

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. v.1, 1.ed., Brasília: ICMBio, 2018. 492 p.

MELO, M. C.; SANTOS, D. G. Trafficking in wild animals: environmental crimes against fauna between 2004 and 2007 in the region of jurisdiction of Ibama (regional office Uberlândia). Universidade Federal de Uberlândia (UFU): Uberlândia, MG, 2008. 25p.

MENDONÇA, L. E. T.; SOUTO, C. M.; ANDRELINO, L. L.; SOUTO, W. M. S.; VIEIRA, W. L. S.; ALVES, R. R. N. Conflitos entre pessoas e animais silvestres no Semiárido paraibano e suas implicações para conservação. Sitientibus Série Ciências Biológicas, v.11, n.2, p.185–199, 2011.

Ministério Do Meio Ambiente - MMA. Biodiversidade. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/biodiversidade/convencao-da-diversidade-biologica>. Acesso em: 24/05/2018.

MOURA, S. G.; PESSOA, F. G.; OLIVEIRA, F. F.; LUSTOZA, A. H. M.; SOARES, C. B. Animais silvestres recebidos pelo Centro de Triagem do IBAMA no Piauí no ano de 2011. Enciclopédia Biosfera, v.8, n.15, p.1748-1762, 2012.

OLIVEIRA, S. B. C. Sobre homens e cães: um estudo antropológico sobre afetividade, consumo e distinção. 2006. Dissertação (Mestrado em Sociologia e Antropologia) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 141p.

PONTES, J. B. O tráfico internacional de animais silvestres. In: Animais Silvestres: vida à venda. Brasília: Dupligráfica, 2002, p.173-191.

Rede de combate ao tráfico de animais silvestre - RENCTAS. Vida silvestre: o estreito limiar entre preservação e destruição. Diagnóstico do tráfico de animais silvestres na Mata Atlântica: Corredores Central e Serra do Mar. Coordenação e organização de Angela Maria Branco. Brasília, 2007. Disponível em: < http://www.renctas.org.br/wp-content/uploads/2014/10/livro-renctas-final.pdf >. Acesso em: 20/03/2019.

Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres – RENCTAS. 1º Relatório Nacional Sobre o Tráfico de Fauna Silvestre. 2001. Disponível online em: <http://www.renctas.org.br/wp-content/uploads/2014/02/REL_RENCTAS_pt_final.pdf>. Acesso em: 21/11/2020.

SAUVÉ, L. Para construir un patrimonio de investigación en educación ambiental. Tópicos en Educación Ambiental, Guadalajara, v.5, n.2, p.51-69, 2000.

SMITH, K. K. A. Pluralist–Expressivist Critique of the Pet Trade. Journal Agricultural Environmental Ethics, v.22, n.3, p.241–256, 2009.

SOARES, H. K. L. Criação e Comércio Ilegal no Sertão Paraibano: Um enfoque Etnoornitológico. 2016. Monografia (Especialização em Etnobiologia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande. 46p.

SU, S.; CASSEY, J.; VALL-LLOSERA, M.; BLACHBURN, T. M. Going Cheap: Determinants of Bird Price in the Taiwanese Pet Market. Plos One, v.10, n.5, p.1-17, 2015.

VIANA, I. R.; ZOCCHE, J. J. Avifauna apreendida no extremo sul catarinense: apreensões feitas durante oito anos de fiscalização e combate à captura de aves silvestres. Revista Brasileira de. Biociência. Porto Alegre, v.11, n.4, p.395-404, 2013.

VIARO, O. Eficácia do projeto educativo Zooescola - O Zoo de São Paulo como instrumento para despertar valores ambientais. Veterinária e Zootecnia, v.18, n.3, p.379-383, 2011.

VIDOLIN, G. P.; MANGINI, P. R.; MOURA-BRITTO, M.; MUCHAILH, M. C. Programa Estadual de Manejo de Fauna Silvestre Apreendida - Estado do Paraná, Brasil. Cad. biodivers. v.4, n.2, p.1-13, 2004.

Published

2021-01-20

How to Cite

Leite, S. M., Grieser, D. de O., Quevedo, P. de S., Zancanela, V. T., Ton, A. P. S., Silva, A. A., Toledo, J. B., & Marcato, S. M. (2021). Animais silvestres de estimação em Astorga, Estado do Paraná / Wild pets in Astorga, State of Paraná. Brazilian Journal of Development, 7(1), 6740–6759. https://doi.org/10.34117/bjdv7n1-457

Issue

Section

Original Papers