Mudanças sazonais no clima, índices pluviométricos e distribuição espacial de casos de dengue em um Município do Sudoeste de Goiás - Brasil / Seasonal changes in climate, rainfall, and spatial distribution of dengue cases in a Municipality of the State do Goiás - Brazil

Authors

  • Isabele Pereira Tannous
  • Rose Luiza Moraes Tavares
  • Zilda de Fátima Mariano
  • Wagner Gouvêa dos Santos

DOI:

https://doi.org/10.34117/bjdv7n1-430

Keywords:

Aedes aegypti, Dengue, Arbovírus, Pluviometria, Epidemiologia.

Abstract

Dengue é uma doença transmitida por mosquitos do gênero Aedes e causada por arbovírus da família Flaviviridae com pelo menos quatro sorotipos antigenicamente diferentes identificados como DENV1, 2, 3 e 4. Ela é caracterizada como uma doença febril aguda, mas que pode apresentar um amplo espectro clínico podendo levar o indivíduo a óbito em casos graves. As altas temperaturas, umidade e épocas chuvosas, são fatores determinantes que auxiliam na multiplicação e disseminação do vetor da dengue. No continente sul-americano a doença parece ter um padrão endêmico-epidêmico com surtos ocorrendo a cada 3 a 5 anos. Este estudo teve como objetivos realizar o levantamento da incidência de dengue no município de Jataí, estado de Goiás, no período de 2014 a 2016; mapear as regiões com focos de transmissão; identificar possíveis fatores climáticos que influenciaram a ocorrência da doença e avaliar o perfil socioeconômico da população estudada a partir dos casos notificados e confirmados de dengue. Foi verificado um aumento do número de casos notificados durante os anos avaliados. O setor central do município de Jataí, se destacou com o maior número de notificações de dengue, apresentando casos durante todos os meses do ano, com picos entre os meses de fevereiro até maio nos três anos analisados. Os dados meteorológicos demonstraram que o período chuvoso, a temperatura e a umidade relativa do ar contribuíram de forma direta para o aumento da incidência da dengue. O monitoramento e mapeamento de áreas com maior número de casos pode servir como estratégia para implementação de medidas preventivas.

References

ARAÚJO, V. E. M.; BEZERRA, J. M. T.; FREDERICO, F. A.; PASSOS, V. M. A.; CARNEIRO, M. Aumento da carga de dengue no Brasil e unidades federadas, 2000 e 2015: Análise do Global Burden of Disease Study 2015. Revista Brasileira de Epidemiologia. v. 20, n. 1, p. 205-216, maio. 2017.

BARBOSA, G. L.; LOURENÇO, R. W. Análise da distribuição espaço-temporal de dengue e da infestação larvária no município de Tupã, Estado de São Paulo. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, São Paulo, v. 43, n. 2, p. 145-151, mar./abr. 2010.

BHATT, S.; GETHING, P. W.; BRADY, O. J.; MESSINA, J. P.; FARLOW, A. W.; MOYES, C. L.; DRAKE, J. M.; BROWNSTEIN, J. S.; HOEN, A. G.; SANKOH, O.; MYERS, M. F.; GEORGE, D. B.; JAENISCH, T.; WINT, G. R.; SIMMONS, C. P.; SCOTTt, T. W.; FARRAR, J. J.; & HAY, S. I. The global distribution and burden of dengue. Nature, 496(7446), 504–507, 2013. https://doi.org/10.1038/nature12060

BRADY, O. J.; Gething P. W., Bhatt S., Messina J. P., Brownstein J. S., Hoen A. G. et al. Refining the global spatial limits of dengue virus transmission by evidence-based consensus. PLoS Negl Trop Dis. 2012;6:e1760. doi:10.1371/journal.pntd.0001760.

BRAGA, I. A.; VALLE, D. Aedes aegypti: histórico do controle no Brasil. Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 16, n. 2, p. 113-118, jun. 2007. Disponível em: http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sciarttext&pid=S1679497420 07000200006&lng= pt& nrm=iso. Acesso em: 15 dez. 2020.

BRASIL, Ministério da Saúde. Monitoramento dos casos de arboviroses urbanas transmitidas pelo Aedes (dengue, chikungunya e Zika), Semanas Epidemiológicas 01 a 52. Boletim Epidemiológico, v. 51, n.2, p. 1-16. Disponível em: Boletim-epidemiologico-SVS-02-1-.pdf (saude.gov.br). 2020

DIAS, L. B. A.; ALMEIDA, S. C.; HAES, T. M.; MOTA, L. M.; RORIZ-FILHO, J. S. Dengue: transmissão, aspectos clínicos, diagnóstico e tratamento. Medicina (Ribeirao Preto) [Internet]. 30 de junho de 2010 [citado 15 de dezembro de 2020];43(2):143-52. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/171

DUSSART, P.; LAVERGNE, A.; LAGATHU, G.; et al. Reemergence of dengue virus type 4, French Antilles and French Guiana, 2004-2005. Emerging infectious diseases. Emerg. Infect. Dis. 12(11):1748-1751, 2006.

FORATTINI, O. P.; BRITO, M. Reservatórios domiciliares de água e controle do Aedes aegypti. Rev. Saúde Pública, 37(5):676-677, 2003.

GIBBONS, R. V., VAUGHN, D. W. Dengue: an escalating problem. BMJ: British Medical Journal. 324(7353):1563, 2002. https://doi.org/10.1136/bmj.324.7353.1563

IBGE. Censo demográfico, 2010. Disponível em: http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?cod mun=521190. Acesso em: 24 jun. 2017.

LOWE, R., BARCELLOS, C., COELHO, C. A., BAILEY, T. C., COELHO, G. E., GRAHAM, R., et al. Dengue outlook for the World Cup in Brazil: an early warning model framework driven by real-time seasonal climate forecasts. The Lancet Infectious Diseases. 14(7):619–626, 2014 https://doi.org/10.1016/S1473-3099(14)70781-9

MACHADO, D. S. Diagnóstico espacial dos casos de dengue no município de Jataí (GO): uma análise do período 2012-2014. Jataí, 2016. 37 p. Monografia (Graduação em Geografia). Universidade Federal de Goiás.

McBRIDE, C. S. Genes and Odors Underlying the Recent Evolution of Mosquito Preference for Humans. Curr Biol. Jan 11;26(1):R41-6, 2016. https://doi.org/10.1016/j.cub.2015.11.032.

MENDONÇA, F. A.; SOUZA, A. V.; DUTRA, D. A. Saúde pública, urbanização e dengue no Brasil. Revista Sociedade & Natureza, Uberlândia, v. 21, n. 3, p. 257-269, dez. 2009.

PEREIRA, C. C.; MARIANO, Z. F.; ROCHA, J. R. R. Dengue: uma análise climato-geográfica na cidade de Jataí-Go. Revista Brasileira de Climatologia, Curitiba, v. 6, n. 6, p. 93-106, jun. 2010.

PINHO, S. T. R., FERREIRA, C. P., ESTEVA, L., BARRETO, F. R., MORATO e SILVA, V. C., TEIXEIRA, M. G. L. Modelling the dynamics of dengue real epidemics. Philosophical Transactions of the Royal Society A: Mathematical, Physical and Engineering Sciences. 368(1933):5679–5693, 2010. https://doi.org/10.1098/rsta.2010.0278

SILVA, H.H. and SILVA, I.G. Influência do período de quiescência dos ovos sobre o ciclo de vida de Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) (Diptera, Culicidae) em condições de laboratório. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, vol. 32, no. 4, pp. 349-355, 1999. http://dx.doi.org/10.1590/S0037-86821999000400003.

SIQUEIRA, J. B Jr., MARTELLI, C. M. T., COELHO, G. E., DA ROCHA SIMPLÍCIO, A. C., HATCH, D. L. Dengue and dengue hemorrhagic fever, Brazil, 1981–2002. Emerging infectious diseases. 11(1):48, 2005. https://doi.org/10. 3201/eid1101.03109.

SOARES-PINHEIRO, V. C.; DASSO-PINHEIRO, W.; TRINDADE-BEZERRA, J. M. and TADEI, W. P. Eggs viability of Aedes aegypti Linnaeus (Diptera, Culicidae) under different environmental and storage conditions in Manaus, Amazonas, Brazil. Braz. J. Biol. [online], vol.77, n.2, pp.396-40, 2017.

TEIXEIRA, M. G., COSTA Md. C. N, BARRETO, F., BARRETO, M. L. Dengue: twenty-five years since reemergence in Brazil. Cadernos de Saúde Pública. 25:S7–S18, 2009. https://doi.org/10.1590/S0102- 311X2009001300002

UJVARI, S. C. A história e suas epidemias: a convivência do homem com os microorganismos. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Senac Rio e Editora Senac São Paulo, 2003. 328 p.

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Dengue and severe dengue. Fact sheet, [S.l.], n. 117, 2017. Disponível em: https://apps.who.int/mediacentre/factsheets/fs117/en/index.html. Acesso em: 15 dez. 2020.

Published

2021-01-20

How to Cite

Tannous, I. P., Tavares, R. L. M., Mariano, Z. de F., & Santos, W. G. dos. (2021). Mudanças sazonais no clima, índices pluviométricos e distribuição espacial de casos de dengue em um Município do Sudoeste de Goiás - Brasil / Seasonal changes in climate, rainfall, and spatial distribution of dengue cases in a Municipality of the State do Goiás - Brazil. Brazilian Journal of Development, 7(1), 6334–6349. https://doi.org/10.34117/bjdv7n1-430

Issue

Section

Original Papers