O impacto dos grandes projetos de integração da Amazônia sobre a população rural do Oeste do Pará / The impact of the big Amazon integration projects on the rural population of the West of Pará
Abstract
Os Brasileiros, em sua grande maioria, conhecem a Amazônia através da mídia, que quase sempre destaca a beleza e a exuberância ou as ameaças relacionadas ao desmatamento e a degradação da floresta. Nas últimas quatro décadas tem sido rentável o debate sobre a relação entre os grandes projetos e o desenvolvimento regional do Norte do país. A região Oeste do estado do Pará é exemplo das transformações causadas por esses grandes investimentos. Da exploração do solo que envolve a extração do minério aos grandes empreendimentos agrários as margens da rodovia Santarém-Cuiabá, assim como utilização dos recursos hídricos para geração de energia, são motores que movimentam em grande parte o desenvolvimento econômico da região e que ao mesmo tempo sufocam (atingem) os pequenos empreendedores da agricultura familiar. O tráfego por terra e pelo meio aquático com a construção de portos e implantação de rodovias é fundamental para o escoamento de grãos. O presente estudo busca através de uma revisão bibliográfica estabelecer uma perspectiva histórica, socioambiental e econômica acerca dos megaprojetos na Amazônia, especificadamente na região oeste do Pará, e assim determinar as possíveis soluções para que grandes projetos deixem de ser o único método de desenvolver e impulsionar a região, que a cada ano vem sendo sufocada e obrigada a crescer de forma desordenada em decorrência a esses projetos.
Keywords
Full Text:
PDF (Português (Brasil))References
AMAZÔNIA LATITUDE, 2019. Em Santarém, projeto de porto da Embraps ameaça Lago do Maicá. Disponível em: . Acessado em dez de 2019.
BARRETO, A. M. POSSE E PROPRIEDADE DE TERRAS NAS ÁREAS DE EXPANSÃO DA SOJA EM SANTARÉM E MUNICIPIOS DO ENTORNO, NO PARÁ. 2009. Artigo. Universidade Federal do Pará - Campus Universitário de Abaetetuba, Abaetetuba, 2009.
BECKER, Bertha K. Geopolítica da Amazônia. DOSSIÊ AMAZÔNIA BRASILEIRA I. vol.19 no.53 São Paulo Jan./Apr. 2005.
BRANDÃO, Antônio Salazar Pessoa; REZENDE, Gervásio Castro de; MARQUES, Roberta Wanderley da Costa. Crescimento agrícola no período 1999/2004: a explosão da soja e da pecuária bovina e seu impacto sobre o meio ambiente. Economia Aplicada, 2006, 10.2: 249-266.
CAMAROTTO, Murillo. Obra de Belo Monte custou R$ 3,2 bi a mais. Valor Econômico, 2016.
CORREA, Vivian Helena Capacle; RAMOS, Pedro. A precariedade do transporte rodoviário brasileiro para o escoamento da produção de soja do Centro-Oeste: situação e perspectivas. Revista de Economia e Sociologia Rural, 2010, 48.2: 447-472.
DANIEL, Anne Rapp Py. A Floresta Amazônica vai se tornar uma commodity?. Dez. 2018. Entrevista concedida a Marcos Colón.
DELGADO, Nelson Giordano. Agronegócio e agricultura familiar no Brasil: desafios para a transformação democrática do meio rural. Novos cadernos NAEA, 2012, 15.1.
EMBRAPS, 2016. Empresa Brasileira de Portos de Santarém. Relatório De Impacto Ambiental. Disponível em: https://docplayer.com.br/15890185-Relatorio-de-impacto-ambiental-terminal-da-embraps-terminal-embraps.html. Acessado em dez de 2019.
FELIPE WERNECK - Ascom/Ibama. Instituto Socioambiental. Disponível em: . Acessado em dez de 2019.
FERNANDES, F. R. C. Banco de Dados Recursos Minerais e Comunidade: impactos humanos, socioambientais e econômicos. In: Jornada do Programa de Capacitação Interna do CETEM, 3., Rio de Janeiro. Anais. Rio de Janeiro: CETEM/MCTI, 2013.
FIRMINO, R. Desmatamento na Amazônia. Disponível em: . Acessado em vez de 2019.
GONÇALVES, Carlos Walter Porto. Amazônia, amazônias. Editora Contexto, 2005.
GONÇALVES, M.C.V., 2017, O Agronegócio e a Mecanização do Trabalho no Campo: Entre Lucro, Precarização e Exclusão.
GREENPEACE BRASIL. Hidrelétricas na Amazônia: um mau negócio para o Brasil e para o mundo. Disponível em: . Acessado em dez de 2019.
GUILHOTO, Joaquim JM, et al. A importância do agronegócio familiar no Brasil. Revista de Economia e Sociologia Rural, 2006, 44.3: 355-382.
GUILLEN, Isabel. 111-Seca e migração no nordeste: Reflexões sobre o processo de banalização de sua dimensão histórica. Textos para Discussão-TPD, 2001.
IBGE, 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: . Acessado em dez de 2019.
INPE. Monitoramento do Desmatamento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite. Disponível em: . Acessado em dez de 2019.
LOCATELLI, P; 2016. Brasil de Fato. Maicá (PA): O quilombo que parou um porto. Disponível em: https:/www.brasildefato.com.br/2016/06/20/o-quilombo-que-parou-um-porto/>. Acessado em dez de 2019.
MARGARIT, E. OS INTERESSES EM TORNO DA PAVIMENTAÇÃO DA BR-163: TRAMAS POLÍTICAS ENVOLVIDAS NA CONSOLIDAÇÃO DE UM NOVO CORREDOR LOGÍSTICO NA AMAZÔNIA. Revista Mato-Grossense de Geografia. - Cuiabá - n. 16 - p. 168 - 197 - jan/jun 2013.
MINERAÇÃO RIO DO NORTE. Disponível em: . Acessado em dez de 2019.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2007. Plano BR-163. Disponível em: . Acessado em dez de 2019.
MONTEIRO, M. A. Meio século de mineração industrial na Amazônia e suas implicações para o desenvolvimento regional. DOSSIÊ AMAZÔNIA BRASILEIRA I, São Paulo, vol.19 no.53, abr. 2005.
MORAES, W. L. J. Conflitos e impactos ambientais na exploração dos recursos minerais na Amazônia. In: Conflitos e Movimentos Sociais Populares em Área de Mineração na Amazônia. Dissertação (Mestrado em Geografia), Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2008.
MUNDO EDUCAÇÃO, 2020. Impactos ambientais da Mineração. Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/impactos-ambientais-mineracao. htm >. Acessado em jan de 2020.
OLIVEIRA SILVA, Jéssica de. A produção do espaço rural brasileiro: ciclos do café e borracha, precarização e êxodo rural. Ciência & Desenvolvimento-Revista Eletrônica da FAINOR, 2015, 8.1.
PEIXOTO. F, 2009. BBC NEWS BRASIL. Linha do tempo: Entenda como ocorreu a ocupação da Amazônia. Disponível em: . Acessado em dez de 2019.
PENA, R. F. Impactos ambientais da mineração, 2016. Disponível em: . Acessado em dez de 2019.
PINTO, Lúcio Flávio. De Tucuruí a Belo Monte: a história avança mesmo?. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, v. 7, n. 3, p. 777-782, 2012.
REAL, Luciana Correia Villa; SCHNEIDER, Sergio. O uso de programas públicos de alimentação na reaproximação do pequeno produtor com o consumidor: o caso do programa de alimentação escolar. Revista Estudo & Debate, 2011, 18.2.
SANTOS, A. M. Distância de rodovias e cidades como preditor de perda e fragmentação de habitats na vegetação de caatinga brasileira. Braz. J. Biol. 2002, vol.62, n.4b.
SCAPIN, P. J. Estudo dos principais Impactos Ambientais no Módulo Fantasminha do Parque Cinturão Verde - Município de Cianorte-PR. 2012. 41 f. Artigo. CEEBJA. Cianorte, 2012.
SIMINERAL, 2019. Sindicato das Industrias Minerais do Estado do Pará; Mineração no Pará, Brasil e Mundo; Disponível em: . Acessado em jan de 2020.
TERRA DE DIREITOS, Complexo Hidrelétrico Tapajós. 2013. Disponível em: . Acessado em dez de 2019.
TERRA DE DIREITOS. Portos do Maicá. 2017. Disponível em: . Acessado em dez de 2019.
TRINDADE JÚNIOR, Saint-Clair Cordeiro da; ROCHA, Gilberto de Miranda. Cidade e empresa na Amazônia: gestão do território e desenvolvimento local. Belém: Paka-Tatu, p. 59-110, 2002.
UNESCO, 2017; Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura; DhESCA Brasil – Plataforma Brasileira de Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais; Disponível em: http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-thisoffice /networks / specialize dcommu nities/specialized- communities- shs /dhesca- brasil/; acessado em dez 2019.
WATANABE, Ana Beatriz de Lima. A interferência do complexo hidroelétrico da bacia do rio Tapajós nas comunidades quilombolas-PA (2002-2017). 2017.
DOI: https://doi.org/10.34117/bjdv7n1-358
Refbacks
- There are currently no refbacks.