Distribuição por mesorregião dos casos de anemia e traço falciforme que realizaram a triagem neonatal no Estado do Pará, Brasil no período de 2013 a 2017 / Distribution by mesoregion of sicke cell anemia and sickle cell trait that underwent neonatal screening in the State of Pará, Brazil in the period of 2013 to 2017
DOI:
https://doi.org/10.34119/bjhrv2n6-050Keywords:
Anemia falciforme, Traço falciforme, Triagem Neonatal, Estado do Pará.Abstract
Introdução: A anemia falciforme (AF) está entre as doenças genéticas de maior importância epidemiológica no Brasil e no mundo. É caracterizada por uma mutação no gene da hemoglobina normal (Hb A) originando a hemoglobina S (Hb S). Essa hemoglobina pode sofrer polimerização tornando a forma do eritrócito semelhante a uma foice, que é mais rígido e têm dificuldade de passar pelos vasos sanguíneos, gerando diversos sinais e sintomas. Objetivo: Determinar a prevalência da anemia e traço falciforme por Mesorregião em neonatos que realizaram triagem neonatal para hemoglobinopatias na rede pública no estado do Pará, Brasil no período de 2013 a 2017. Método: Estudo do tipo transversal com enfoque descritivo, baseado na análise exploratória de dados documentais de neonatos que participaram dos testes de triagem para hemoglobinopatias no período de janeiro de 2013 a dezembro 2017. Resultados: Neste estudo, foi realizada a triagem para as hemoglobinopatias em 559.126 neonatos provenientes das seis mesorregiões do estado do Pará e atendidos no programa de triagem neonatal na rede pública no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2017. Durante o período, a cobertura do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) oscilou, porém, obteve a maior taxa no ano de 2017 com 87,29%. A média da cobertura do programa para o período foi de 80.18%. Em relação à prevalência de traço e AF por Mesorregião no estado do Pará, durante o período analisado foram confirmados 165 neonatos (0,03%) com AF e 15.393 (2,75%) com traço falciforme através da técnica de Cromatografia Líquida de Alta Performance (HPLC). As taxas de prevalência de traço e anemia falciforme foram maiores nas Mesorregiões Sudeste (3,84 e 0,06) e sudoeste paraense com (3,41 e 0,04%) principalmente nos anos de 2013 (2,95 e 0,06%) e 2014 com (2,88 e 0,04 %). Os Municípios do Sudeste Paraense que apresentaram as maiores prevalências de traço e anemia falciforme foram Marabá com 813 casos de HbAS (0,65%) e 20 HbSS (0,016%), Parauapebas com 559 casos HbAS (0,44 %) e 8 HbSS (0,006%) e Paragominas com 232 casos HbAS (0,18%) e 5 casos de HbSS (0,004%) confirmado através da técnica de HPLC. Conclusão: Os dados obtidos mostraram a importância da investigação das hemoglobinas anormais com o propósito de tomar medidas preventivas através da triagem neonatal. Além de possibilitar o esclarecimento genético e proporcionar informações necessárias a respeito do planejamento familiar.
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