Investigação da doença meningocócica no Amazonas, 2000 a 2015 / Research of meningococcal disease in the Amazon, 2000 to 2015

Authors

  • Luciete Almeida Silva Brazilian Journals Publicações de Periódicos, São José dos Pinhais, Paraná
  • Lirna Salvioni Silva de Souza
  • Maria Jacirema Ferreira Gonçalves
  • David Eduardo Barroso

DOI:

https://doi.org/10.34119/bjhrv4n6-418

Keywords:

Neisseria meningitidis, Saúde-doença, Letalidade, Prevalência.

Abstract

Neisseria meningitidis, é a principal causa de meningite bacteriana e septicemia comunitária. Há uma carência de estudos epidemiológicos sobre a doença meningocócica (DM) no Amazonas, o que a torna uma doença negligenciada pela sua importância na saúde pública. Dessa forma, objetivo desse estudo foi analisar o padrão da DM durante a década de 2000 no Estado do Amazonas. Utilizou-se dados epidemiológicos, clínicos da DM no período de 2000 a 2015. Os perfis epidemiológicos foram desenvolvidos a partir de dados registrados no Sistema Nacional de Agravos, utilizando as variáveis: sexo, idade, sinais e sintomas, sorogrupo e evolução do caso. 998 casos foram confirmados, os quais estavam distribuídos por 29 (46,7%) dos 62 municípios que compõem o estado. Manaus concentra o maior número de casos (90%). Observou-se que a incidência da doença foi maior no sexo masculino (55%) em relação ao feminino (45%). A DM apresentou uma taxa de incidência endêmica entre 1 e 5 casos/ 100.000 habitantes. A taxa de letalidade no Amazonas foi de 18,6%, e de 18% em Manaus. Dentre os casos confirmados, somente 515 tiveram a identificação do sorogrupo, onde 68% foram causados pelo sorogrupo B, 32% pelo sorogrupo C e 0,4% pelo sorogrupo A. Conclui-se que houve uma mudança no perfil epidemiológico com aumento dos casos de doença pelo sorogrupo C a partir de 2007, seguido pelo aumento da taxa de letalidade entre 10 e 59 anos. Com esses resultados esperamos contribuir para a melhoria de medidas de controle e novos modelos de acompanhamento da doença.

References

Araya P, Fernández J, Del Canto F, Seoane M, Ibarz-Pavón AB, Barra G, Pidal P, Díaz J, Hormazábal JC, Valenzuela MT. Neisseria meningitidis ST-11 clonal complex, Chile 2012. Emerg Infect Dis 2015; 21: 339-341.

Bell WE. Bacterial meningitis in children. Selected aspects. Pediatr Clin North Am 1992; 39: 651-68.

Darmstadt GL. Acute infectious purpura fulminans: pathogenesis and medical management. Ped Dermatol 1998; 15:169-183.

Feil EJ, Enright MC & Spratt BG. Estimating the relative contributions of mutation and recombination to clonal diversification: a comparison between Neisseria meningitidis and Streptococcus pneumoniae. Res Microbiol 2000; 151: 465-469.

Greenwood BM. Meningococcal disease and acute bacterial menigitis. In: Strickland GT., Hunter's Tropical Medicine. 7ed. Philadelphia, WB Saunders 1991; p.385-399.

Gorla MC, de Lemos AP, Quaresma M, Vilasboas R, Marques O, de Sá MU, Ogassavara CT, Brandileone MC, Harrison LH, Dias J. Phenotypic and molecular characterization of serogroup C Neisseria meningitidis associated with an outbreak in Bahia, Brazil. Enfermedes Infecciosas Microbiología Clínica 2012; 30:56-59.

Harrison LH, Pass MA, Mendelsohn AB, Egri M, Rosenstein NE, Bustamante A, Razeq J, Roche JC. Invasive meningococcal disease in adolescents and young adults. JAMA 2001; 286: 694-699.

Harrison LH, Jolley KA, Shutt KA, Marsh JW, O'Leary M, Sanza LT, Maiden MC; Maryland Emerging Infections Program. Antigenic shift and increased incidence of meningococcal disease. J Infect Dis 2006; 193: 1266-1274.

Harrison LH, Shutt KA, Schmink SE, Marsh JW, Harcourt BH, Wang X, Whitney AM, Stephens DS, Cohn AA, Messonnier NE, Mayer LW. Population structure and capsular switching of invasive Neisseria meningitidis isolates in the pre-meningococcal conjugate vaccine era – United States, 2000–2005. J Infect Dis 2010; 201: 1208-1224.

Heyderman RS, Ben-Shlomo Y, Brennan CA, Somerset M. The incidence and mortality for meningococcal disease associated with area deprivation: an ecological study of hospital episode statistics. Arch Dis Child 2004 89:1064–1068.

Koneman EW, Allen SD, Janda WM, Schreckenberger PC, & Winn WC. Neisseria species and Moraxella catarrhalis. In: Color Atlas and Textbook of Diagnostic Microbiology. 5.ed. Philadelphia, Lippincott-Raven Publishers. p.491-537; 1997.

Ladhani SN, Giuliani MM, Biolchi A, Pizza M, Beebeejaun K, Lucidarme J, Findlow J, Ramsay ME, Borrow R. Effectiveness of meningococcal B vaccine against endemic

hypervirulent Neisseria meningitidis W strain, England. Emerg Infect Dis 2016; 22: 309- 311.

Iversson, L.B. Aspectos epidemiológicos da meningite meningocócica no município de São Paulo (Brasil), no período de 1968 a 1974, Rev. Saúde Pública 1976; vol.10 no.1 São Paulo Mar.

Jones DM, Mallard RH. Age incidence of meningococcal infection England and Wales, 1984-1991. J Infect 1993; 27: 83-88.

MacLennan J, Kafatos G, Neal K, Andrews N, Cameron JC, Roberts R, Evans MR, Cann K, Baxter DN, Maiden MC, Stuart JM; United Kingdom Meningococcal Carriage Group. Social behavior and meningococcal carriage in British teenagers. Emerging Infectious Diseaes 2006; 12: 950-957.

Meyer TF. Pathogenic Neisseria: complexity of pathogen-host cell interplay. Clin Infec Dis 1999; 28: 433-441.

Ministério da Saúde do Brasil http://portalsaude.saude.gov.br> Acesso em: 16 de Março de 2016.

Moraes, J. C & BARATA, R,B, A doença meningocócica em são paulo, brasil, no século XX: características epidemiológicas, cad. Saúde pública v.21 n.5 rio de janeiro set./out. 2005.

Mustapha MM, Marsh JW, Krauland MG, Fernandez JO, de Lemos AP, Dunning Hotopp JC, Wang X, Mayer LW, Lawrence JG, Hiller NL, Harrison LH 2015. Genomic Epidemiology of Hypervirulent Serogroup W, ST-11 Neisseria meningitidis. EBioMedicine 2: 1447-1455.

Nathan N, Borel T, Djibo A, Evans D, Djibo S, Corty JF, Guillerm M, Alberti KP, Pinoges L, Guerin PJ, Legros D. Ceftriaxone as effective as long-acting chloramphenicol in short-course treatment of meningococcal meningitis during epidemics: a randomised non-inferiority study. Lancet. 2005; 366(9482):308-13.

Owusu-Ofori A, Agbenyega T, Ansong D, Scheld WM. Routine lumbar puncture in children with febrile seizures in Ghana: should it continue? Int J Infect Dis 2004; 8: 353- 361.

Ramsay M, Kaczmarski E, Rush M, Mallard R, Farrington P, White J. Changing patterns of case ascertainment and trends in meningococcal disease in England and Wales. Commun Dis Rep CDR Rev 1997; 7: R49-54.

Riordan FA, Marzouk O, Thomson AP, Sills JA, Hart CA. The changing presentations of meningococcal disease. Eur J Pediatr 1995; 154: 472-474.

Sacchi CT, Fukasawa LO, Gonçalves MG, Salgado MM, Shutt KA, Carvalhanas TR, Ribeiro AF, Kemp B, Gorla MC, Albernaz RK, Marques EG, Cruciano A, Waldman EA, Brandileone MC, Harrison LH; São Paulo RT-PCR Surveillance Project Team. Incorporation of real time PCR into routine public surveillance of culture negative bacterial meningitis in São Paulo, Brazil. PLoS ONE 2011; 6: e20675.

Santos ML. Caracterização epidemiológica da doença meningocócica no município de Manaus/AM, 1998-2002. Tese de Mestrado, Manaus: Universidade do Estado do Amazonas, 2003

Stephens DS. Conquering the meningococcus. FEMS Microbiol Rev 2007; 31: 3-14.

Taha, M. K.; Vazquez, J. A.; Hong, E. Target gene sequencing to characterize the penicillin G susceptibility of Neisseria meningitidis. Antimicrob Agents Chemother 2007; 52:2784-2792.

Thomson APJ, Riordan FAI. The management of meningococcal disease. Curr Paediatr 2000; 10: 104-109.

Thompson MJ, Ninis N, Perera R, Mayon-White R, Phillips C, Bailey L, Harnden A, Mant D, Levin M. Clinical recognition of meningococcal disease in children and adolescents. Lancet 2006; 367: 397-403.

Tunkel AR,Hartman BJ,Kaplan SL,Kaufman BA,Roos KL, Scheld WM, Whitley RJ,. Practice Guidelines for the Management of Bacterial Meningitis. Clin Infect Dis 2004; 39: 1267-1284.

Vieira JM. Contribuição ao estudo clinico da meningite de Weichselbaum. [Tese de doutorado]. Rio de Janeiro, Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro; 1916.

Werneck GL, de Carvalho DM, Barroso DE, Cook EF, Walker AM Classification trees and logistic regression applied to prognostic studies: a comparison using meningococcal disease as an example. J Trop Pediatr 1990; 45: 248-251.

Williams CJ, Willocks LJ, Lake IR, Hunter PR. Geographic correlation between deprivation and risk of meningococcal disease: an ecological study. BMC Public Health 2004; 4: 30.

Published

2021-12-23

How to Cite

SILVA, L. A.; SOUZA, L. S. S. de; GONÇALVES, M. J. F.; BARROSO, D. E. Investigação da doença meningocócica no Amazonas, 2000 a 2015 / Research of meningococcal disease in the Amazon, 2000 to 2015. Brazilian Journal of Health Review, [S. l.], v. 4, n. 6, p. 28805–28820, 2021. DOI: 10.34119/bjhrv4n6-418. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/41824. Acesso em: 29 mar. 2024.

Issue

Section

Original Papers