Biomarcadores no diagnóstico do Alzheimer: seria esse o futuro? / Biomarkers in Alzheimer's diagnosis: could this be the future?

Authors

  • Anna Sophia Almeida Gouveia
  • Lucas Reis Oliveira
  • Daniel Andrade Matias
  • Wianne Santos Silva

DOI:

https://doi.org/10.34119/bjhrv4n3-312

Keywords:

Doença de Alzheimer, Diagnóstico, Biomarcadores.

Abstract

Objetivo: A doença de Alzheimer (DA) é a causa mais comum de demência, contudo permanece como um distúrbio neurodegenerativo de etiologia indefinida. Assim, objetivou-se analisar artigos da literatura dos últimos dez anos acerca dos critérios clínicos e biomarcadores para definição do diagnóstico precoce da DA. Metodologia: Foram utilizadas as bases de dados PubMed, Cochrane, e EMBASE, com os descritores “Alzheimer”, “diagnóstico” e “biomarcadores” para seleção dos artigos. Foram excluídas publicações anteriores ao ano de 2010. Resultados e Discussão: O diagnóstico definitivo da DA é inaplicável na prática clínica, pois só é possível por meio de exame histopatológico. Desse modo, o diagnóstico é baseado em critérios clínicos que incluem histórico de início insidioso e curso progressivo de declínio cognitivo, exclusão de outras etiologias e documentação de comprometimentos cognitivos em um ou mais domínios. Nesse cenário, os biomarcadores moleculares possibilitariam uma nova acurácia diagnóstica refletindo a neurodegeneração de forma precoce e precisa, na medida em que podem ser usados para identificar pessoas assintomáticas ou com déficits cognitivos leves que apresentam alto risco de desenvolver demência devido à DA. Os três biomarcadores mais promissores são peptídeo amiloide-beta-1-42, proteína tau total e tau hiperfosforilada na treonina 181 no líquor. Além desses três marcadores liquóricos, vários candidatos em potencial foram identificados tanto no líquor quanto em outros fluidos corporais. No entanto, é improvável que apenas um biomarcador possa servir como parâmetro diagnóstico ou prognóstico para DA: o uso de combinações mostra-se mais sensível e específico para distinguir DA de outras demências. Conclusão: Os biomarcadores são essenciais para diagnóstico precoce, pois facilitarão a intervenção antes da sintomatologia característica da doença e, portanto, propiciarão um melhor tratamento. Todavia, atualmente nenhum biomarcador molecular ainda foi estabelecido como método de diagnóstico, embora estudos mostrem uma tendência promissora para que isso ocorra futuramente.

References

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ALZHEIMER. (s.d.). O que é Alzheimer? Disponível em: <https://abraz.org.br/2020/sobre-alzheimer/o-que-e-alzheimer-2/>. Acesso em: 29 mai. 2021.

BILLMANN, A.; PEZZINI, M. F.; POETA, J. Biomarcadores no Líquido Cefalorraquidiano no Desenvolvimento da Doença de Alzheimer: uma revisão sistemática. Revista Psicologia e Saúde, [S.L.], p. 141-154, 3 jul. 2019. Universidade Católica Dom Bosco. http://dx.doi.org/10.20435/pssa.v0i0.927.

BJERKE, M.; ENGELBORGHS, S. Cerebrospinal Fluid Biomarkers for Early and Differential Alzheimer’s Disease Diagnosis. Journal of Alzheimer’s Disease, v. 62, p. 1199–1209, 2018.

BLENNOW, K.; DUBOIS, B.; FAGAN, A. M.; LEWCZUK, P.; LEON, M. J.; HAMPEL, H. Clinical utility of cerebrospinal fluid biomarkers in the diagnosis of early Alzheimer's disease. Alzheimer'S & Dementia, [S.L.], v. 11, n. 1, p. 58-69, 2 maio 2015. Wiley. http://dx.doi.org/10.1016/j.jalz.2014.02.004.

BLENNOW K, HAMPEL H, WEINER M, ZETTERBERG H. Cerebrospinal fluid and plasma biomarkers in Alzheimer disease. Nat Rev Neurol. 2010 Mar; 6:131-44, http://dx.doi.org/10.1038/nrneurol.2010.4.

CALSOLARO, V; EDISON, P. Neuroinflamação na doença de Alzheimer: evidências atuais e direções futuras. Alzheimer's & Dementia, 2016, ed. 12 (6), 719–732.

CUMMINGS, J. L.; ISAACSON, R. S.; SCHMITT, F. A.; VELTING, D. M. A practical algorithm for managing Alzheimer's disease: what, when, and why?. Annals Of Clinical And Translational Neurology, [S.L.], v. 2, n. 3, p. 307-323, 23 jan. 2015. Wiley. http://dx.doi.org/10.1002/acn3.166.

DUBOIS, B. et al. Advancing research diagnostic criteria for Alzheimer's disease: the iwg-2 criteria. The Lancet Neurology, [S.L.], v. 13, n. 6, p. 614-629, jun. 2014. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/s1474-4422(14)70090-0.

DUBOIS, B.; HAMPEL, H.; FELDMAN, H. H.; et al. Preclinical Alzheimer’s disease: Definition, natural history, and diagnostic criteria. Alzheimer’s and Dementia, 2016. https://doi.org/10.1016/j.jalz.2016.02.002.

FREITAS, E. V. DE; PY, L. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 4a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

FROTA, N. A. F., NITRINI, R., DAMASCENO, B. P., FORLENZA, O., Tosta, E. D., SILVA, A. B., MAGALDI, R. M. Critérios para o diagnóstico de doença de Alzheimer. Dementia & Neuropsychologia. 5(1), 5-10. Disponível em http://www.demneuropsy.com.br/imageBank/pdf/v5s1a02.pdf

JACK, C. R.; BENNETT, D. A.; BLENNOW, K.; et al. NIA-AA Research Framework: Toward a biological definition of Alzheimer’s disease. Alzheimer’s and Dementia, 2018. https://doi.org/10.1016/j.jalz.2018.02.018.

KEENE, C. D.; MONTINE, T. J.; KULLER, L. H. UpToDate. Epidemiology, pathology, and pathogenesis of Alzheimer disease. Disponível em: <https://www.uptodate.com/contents/epidemiology-pathology-and-pathogenesis-of-alzheimer-disease>. Acesso em: 28 mar. 2021.

LASHLEY, T. et al. Molecular biomarkers of Alzheimer’s disease: progress and prospects. Disease Models & Mechanisms, v. 11, p. 1–9, 2018.

LLORET, A.; ESTEVE, D.; LLORET, M. A.; et al. When does Alzheimer?s disease really start? The role of biomarkers. International Journal of Molecular Sciences, 2019. https://doi.org/10.3390/ijms20225536.

LÓPEZ-CUEVAS, R. et al. Valor pronóstico de los biomarcadores licuorales en el deterioro cognitivo leve debido a enfermedad de Alzheimer. Neurología, [S.L.], p. 1-8, nov. 2020. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.nrl.2020.07.026.

MAGALHÃES, Carolina A. et al. Cerebrospinal fluid biomarkers for the differential diagnosis of Alzheimer’s disease. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, [S.L.], v. 51, n. 6, p. 376-382, 2015. GN1 Genesis Network. http://dx.doi.org/10.5935/1676-2444.20150059.

MCKHANN, G. M. et al. The diagnosis of dementia due to Alzheimer's disease: recommendations from the national institute on aging-alzheimer's association workgroups on diagnostic guidelines for alzheimer's disease. Alzheimer'S & Dementia, [S.L.], v. 7, n. 3, p. 263-269, 22 abr. 2011. Wiley. http://dx.doi.org/10.1016/j.jalz.2011.03.005.

MORTAMAIS, M. et al. Detecting cognitive changes in preclinical Alzheimer's disease: A review of its feasibility. Alzheimers Dement. 2017 Apr;13(4):468-492.

NETO, J. P. B.; TAKAYANAGUI, O. M. Tratado de Neurologia da Academia Brasileira de Neurologia. 1a ed. [s.l.] Elsevier, 2013.

NITZSCHE, B. O.; MORAES, H. P.; TAVARES JÚNIOR, A. R. Alzheimer's disease: new guidelines for diagnosis. Revista Médica de Minas Gerais, [S.L.], v. 25, n. 2, p. 237-243, 2015. GN1 Genesis Network. http://dx.doi.org/10.5935/2238-3182.20150043.

OLSSON, B. et al. CSF and blood biomarkers for the diagnosis of Alzheimer’s disease: a systematic review and meta-analysis. The Lancet, v. S1474-4422, n. 16, p. 1–12, 2016.

RADANOVIC, M.; STELLA, F.; SILVA, L. G.; TALIB, L. L.; FORLENZA, O V. Increased CSF levels of total Tau in patients with subcortical cerebrovascular pathology and cognitive impairment. Dementia & Neuropsychologia, [S.L.], v. 11, n. 4, p. 419-425, dez. 2017. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/1980-57642016dn11-040012.

SERENIKI, A.; VITAL, M. A. B. F. A doença de Alzheimer: aspectos fisiopatológicos e farmacológicos. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, v. 30, p. 17, 2008.

ZETTERBERG, H. Review: Tau in biofluids – relation to pathology, imaging and clinical features. Neuropathology and Applied Neurobiology, 2017. https://doi.org/10.1111/nan.12378.

Published

2021-06-22

How to Cite

GOUVEIA, A. S. A.; OLIVEIRA, L. R.; MATIAS, D. A.; SILVA, W. S. Biomarcadores no diagnóstico do Alzheimer: seria esse o futuro? / Biomarkers in Alzheimer’s diagnosis: could this be the future?. Brazilian Journal of Health Review, [S. l.], v. 4, n. 3, p. 13690–13698, 2021. DOI: 10.34119/bjhrv4n3-312. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/31747. Acesso em: 29 mar. 2024.

Issue

Section

Original Papers