Implementação de uma ferramenta de sistematização do cuidado farmacêutico de pacientes clínico-cirúrgicos em ambiente hospitalar: relato de experiência/ Implementation of a systematization tool for pharmaceutical care of clinical-surgical patients in a hospital setting: an experience report

Authors

  • Ronaldo Morales Junior
  • Isabela Cristina Pinheiro de Freitas Santos
  • Jucara Guiçardi Vercelino
  • Lívia Maria Gonçalves Barbosa

DOI:

https://doi.org/10.34119/bjhrv4n3-078

Keywords:

farmácia clínica, cuidado farmacêutico, farmácia hospitalar, ferramenta de priorização, árvore de risco, paciente clínico-cirúrgico.

Abstract

A atuação conjunta do farmacêutico com a equipe multiprofissional contribui para a segurança do paciente e melhora os resultados clínicos, porém os departamentos de farmácia hospitalar ainda enfrentam inúmeros desafios com limitações de financiamento, número de profissionais e grande volume de internações de pacientes com múltiplas comorbidades e polifarmácia. Diante desse cenário, descrevemos uma árvore de risco desenvolvida e implementada no Hospital Sírio-Libanês (HSL) entre 2015 e 2020 como ferramenta de sistematização e priorização do cuidado farmacêutico com o intuito de aumentar a eficiência do serviço de farmácia clínica. Nossa ferramenta foi construída com base em estudos que descrevem os medicamentos e condições clínicas frequentemente envolvidos em eventos adversos e vem sendo aprimorada conforme evolução do serviço. A árvore de risco descrita neste estudo é aplicada aos pacientes não críticos, internados nos setores de clínica médica e aos pacientes em cuidados pré ou pós-operatório. Considerados os principais impactos da atuação clínica farmacêutica para esse perfil de pacientes, o preenchimento da árvore de risco contempla: classificação da avaliação, reconciliação medicamentosa, profilaxia de tromboembolismo venoso, terapia ou profilaxia antimicrobiana e parâmetros de monitoramento relacionados à terapia medicamentosa. A ferramenta permite estratificar o risco e, assim, a periodicidade de acompanhamento farmacêutico conforme três níveis: alto (24h), médio (72h) e baixo (7 dias).  Ressalta-se que embora a árvore de risco apresentada ainda não tenha sido validada por estudo científico, os benefícios em relação ao atendimento do paciente e à prestação de serviços de farmácia clínica nos hospitais em que foram desenvolvidas ferramentas similares são, geralmente, descritos como percepções de quem usa e as implementa, e não foram necessariamente confirmados por dados robustos. Serviços farmacêuticos que estão considerando desenvolver sua própria ferramenta de priorização podem adaptar a árvore de risco aos diferentes contextos clínicos e organizacionais ou então utilizá-la como ponto de partida para a construção.

References

Lee H, Ryu K, Sohn Y, Kim J, Suh GY, Kim E. Impact on Patient Outcomes of Pharmacist Participation in Multidisciplinary Critical Care Teams: A Systematic Review and Meta-Analysis. Crit Care Med. 2019;47(9):1243–50.

Raquel Pilau, Vanessa Hegele, Isabela Heineck. Atuação do Farmacêutico Clínico em Unidade de Terapia Intensiva Adulto: Uma Revisão da Literatura. Rev Bras Farm Hosp Serv Saúde. março de 2014;5(1):19–24.

Hickson RP, Steinke DT, Skitterall C, Williams SD. Evaluation of a pharmaceutical assessment screening tool to measure patient acuity and prioritise pharmaceutical care in a UK hospital. Eur J Hosp Pharm. 1o de março de 2017;24(2):74–9.

Carlson MK, Phelps PK. Use of an electronic clinical scoring system to prioritize patients’ medication-monitoring needs. Am J Health Syst Pharm. 1o de dezembro de 2015;72(23):2032–8.

Covvey JR, Grant J, Mullen AB. Development of an obstetrics triage tool for clinical pharmacists. Journal of Clinical Pharmacy and Therapeutics. 2015;40(5):539–44.

Hajji FWDE, Scullin C, Scott MG, McElnay JC. Enhanced clinical pharmacy service targeting tools: risk-predictive algorithms. Journal of Evaluation in Clinical Practice. 2015;21(2):187–97.

Falconer N, Nand S, Liow D, Jackson A, Seddon M. Development of an electronic patient prioritization tool for clinical pharmacist interventions. Am J Health Syst Pharm. 15 de fevereiro de 2014;71(4):311–20.

Falconer N, Liow D, Zeng I, Parsotam N, Seddon M, Nand S. Validation of the assessment of risk tool: patient prioritisation technology for clinical pharmacist interventions. Eur J Hosp Pharm. 1o de novembro de 2017;24(6):320–6.

Fernández-Llamazares CM, Pérez LA, Poy MC, Rosa FR, Garrido B, Gallego V, et al. CP-058 Pharmaceutical care system for chronic paediatric patients. Eur J Hosp Pharm. 1o de março de 2015;22(Suppl 1):A23–A23.

Jeon N, Staley B, Johns T, Lipori GP, Brumback B, Segal R, et al. Identifying and characterizing preventable adverse drug events for prioritizing pharmacist intervention in hospitals. Am J Health Syst Pharm. 1o de novembro de 2017;74(21):1774–83.

Alshakrah MA, Steinke DT, Lewis PJ. Patient prioritization for pharmaceutical care in hospital: A systematic review of assessment tools. Res Social Adm Pharm. 2019;15(6):767–79.

Leendertse AJ, Egberts ACG, Stoker LJ, van den Bemt PMLA, HARM Study Group. Frequency of and risk factors for preventable medication-related hospital admissions in the Netherlands. Arch Intern Med. 22 de setembro de 2008;168(17):1890–6.

Berthe A, Fronteau C, Le Fur É, Morin C, Huon J-F, Rouiller-Furic I, et al. Medication reconciliation: a tool to prevent adverse drug events in geriatrics medicine. Geriatr Psychol Neuropsychiatr Vieil. 1o de março de 2017;15(1):19–24.

Evans RS, Lloyd JF, Stoddard GJ, Nebeker JR, Samore MH. Risk factors for adverse drug events: a 10-year analysis. Ann Pharmacother. agosto de 2005;39(7–8):1161–8.

Saedder EA, Lisby M, Nielsen LP, Bonnerup DK, Brock B. Number of drugs most frequently found to be independent risk factors for serious adverse reactions: a systematic literature review. Br J Clin Pharmacol. outubro de 2015;80(4):808–17.

Hanlon JT, Pieper CF, Hajjar ER, Sloane RJ, Lindblad CI, Ruby CM, et al. Incidence and predictors of all and preventable adverse drug reactions in frail elderly persons after hospital stay. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. maio de 2006;61(5):511–5.

Kaufmann CP, Stämpfli D, Hersberger KE, Lampert ML. Determination of risk factors for drug-related problems: a multidisciplinary triangulation process. BMJ Open. 1o de março de 2015;5(3):e006376.

Pham CB, Dickman RL. Minimizing adverse drug events in older patients. Am Fam Physician. 15 de dezembro de 2007;76(12):1837–44.

Davies EC, Green CF, Taylor S, Williamson PR, Mottram DR, Pirmohamed M. Adverse Drug Reactions in Hospital In-Patients: A Prospective Analysis of 3695 Patient-Episodes. PLoS One [Internet]. 11 de fevereiro de 2009 [citado 27 de setembro de 2020];4(2). Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2635959/

Seddon ME, Jackson A, Cameron C, Young ML, Escott L, Maharaj A, et al. The Adverse Drug Event Collaborative: a joint venture to measure medication-related patient harm. N Z Med J. 25 de janeiro de 2012;126(1368):9–20.

Consenso "Comité de. Segundo Consenso de Granada sobre Problemas Relacionados con Medicamentos. Ars pharm. 2002;179–87.

Vincent J-L. Give your patient a fast hug (at least) once a day. Crit Care Med. junho de 2005;33(6):1225–9.

Mabasa VH, Malyuk DL, Weatherby E-M, Chan A. A Standardized, Structured Approach to Identifying Drug-Related Problems in the Intensive Care Unit: FASTHUG-MAIDENS. Can J Hosp Pharm. 2011;64(5):366–9.

Kaboli PJ, Hoth AB, McClimon BJ, Schnipper JL. Clinical Pharmacists and Inpatient Medical Care: A Systematic Review. Arch Intern Med. 8 de maio de 2006;166(9):955–64.

Ngige G, Carton E, Zaborowski A, Brown A, Conyard E, Gaskin J. 4CPS-239 Evaluation of clinical pharmacist interventions in surgical patients. Eur J Hosp Pharm. 1o de março de 2018;25(Suppl 1):A152–3.

Tefera GM, Zeleke AZ, Jima YM, Kebede TM. Drug Therapy Problems and the Role of Clinical Pharmacist in Surgery Ward: Prospective Observational and Interventional Study. Drug Healthc Patient Saf. 2020;12:71–83.

Lewis P. Right patient, right time, right pharmacist: the time for clinical prioritisation tools? Eur J Hosp Pharm. 1o de novembro de 2017;24(6):314–314.

Richard Cottrell, Michele Caldwell, Gillian Jardine. Developing and implementing a pharmacy risk screening tool. Eur J Hosp Pharm [Internet]. 2013 [citado 27 de setembro de 2020];71. Disponível em: https://hospitalpharmacyeurope.com/news/editors-pick/developing-and-implementing-a-pharmacy-risk-screening-tool/

Saxby KJE, Murdoch R, McGuinness J, Steinke DT, Williams SD. Pharmacists’ attitudes towards a pharmaceutical assessment screening tool to help prioritise pharmaceutical care in a UK hospital. Eur J Hosp Pharm. novembro de 2017;24(6):315–9.

Meaghan O’Keeffe. Matching nurse skill with patient acuity in the intensive care units: a risk management mandate. Am Nurse Today. 2016;11:30–4.

Published

2021-05-17

How to Cite

JUNIOR, R. M.; SANTOS, I. C. P. de F.; VERCELINO, J. G.; BARBOSA, L. M. G. Implementação de uma ferramenta de sistematização do cuidado farmacêutico de pacientes clínico-cirúrgicos em ambiente hospitalar: relato de experiência/ Implementation of a systematization tool for pharmaceutical care of clinical-surgical patients in a hospital setting: an experience report. Brazilian Journal of Health Review, [S. l.], v. 4, n. 3, p. 10562–10574, 2021. DOI: 10.34119/bjhrv4n3-078. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/29853. Acesso em: 28 mar. 2024.

Issue

Section

Original Papers