Efetividade da radioterapia paliativa em pacientes com metástases ósseas dolorosas / Effectiveness of palliative radiotherapy in patients with painful bone metastases

Authors

  • Viviane Silva Vieira
  • Beatriz Paraizo Dantas Braz
  • Ronald Bispo Barreto da Silva

DOI:

https://doi.org/10.34119/bjhrv3n6-136

Keywords:

Dor, Metástase Óssea, Radioterapia Paliativa.

Abstract

Introdução - O corpo humano é composto por um agrupamento de tecidos que possuem como unidades, as células, que sofrem multiplicações seriadas. No entanto, transformações podem ocorrer no caminho natural e gerar uma proliferação desenfreada; o que caracteriza o câncer ou neoplasia (INCA, 2019).  A capacidade das células cancerígenas de evadir do sítio primário de origem e migrar para outras regiões é que se chama de metástase, que se configura como o atributo mais letal e debilitante do câncer. (COOK; HURST; WELCH, 2011). Há cerca de 100 anos, a radioterapia paliativa tem sido atribuída como uma ferramenta efetiva em torno do alivio de quadros dolorosos, sintomas neurológicos e compressivos e de controle local do tumor. (JONES et al., 2014). Objetivos - O objetivo do projeto é evidenciar o nível de melhora do paciente com metástase óssea dolorosa após instituição da radioterapia paliativa. Os objetivos específicos dentro do projeto serão fornecer evidências a partir da análise da efetividade da radioterapia por meio da escala analógica e numérica da dor, uso das medicações analgésicas pré e pós tratamento. Metodologia - Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo, prospectivo e comparativo, em que foram analisados os dados dos pacientes com diagnóstico primário com metástase óssea dolorosa e em tratamento com essa modalidade entre os anos de 2019 e 2020. A escala numérica e analógica de dor, assim como avaliação das medicações analgésicas utilizadas foram analisadas antes e depois do tratamento para evidenciar melhora do quadro álgico. Os pacientes foram questionados e os dados complementares foram obtidos em prontuário. O software utilizado para as análises será o Statistical Package for the Social Sciences (IBM SPSS 25.0). Resultados e Conclusão – A amostra em estudo foi composta por 15 mulheres e 18 homens, totalizando 33 pacientes. A maioria dos pacientes está na faixa dos 61-70 anos (n=11). Os três tumores primários mais frequentes na amostra em análise foram os tumores da mama, próstata e mieloma. Destes, os tumores de mama tiveram 11 casos (33,3%), seguidos dos tumores da próstata com oito (24,2%) e mieloma com quatro casos (12,2 %). Os locais de metástase mais atingidos foram a coluna torácica e a pelve com seis pacientes cada. Em relação ao número de sessões, a maioria dos pacientes (n=9) fez, fez cinco sessões com uma dose total de 2000 cGy. Antes da instalação das sessões 11 pacientes tinham uma pontuação de 5/10 seguida de 8/10 e 5 com 9/10. Já na escala de dor pós tratamento, a maioria teve pontuação de 0/10 com 45,16%, seguida de 2/10 e 9/10 com 9,6% ambos. Por fim, através das escalas de dor pré e pós tratamento, concluímos que 80,6% obtiveram melhora, 12,9% manteve a mesma dor e apenas 6,4% piorou. Após tratamento, 16 pessoas não utilizaram nenhuma medicação, seis utilizaram opioide e seis opioides + analgésicos, concluindo que a radioterapia é uma alternativa eficiente nos casos de metástase óssea dolorosa.

References

BRAY, F. et al. Global cancer statistics 2018: GLOBOCAN estimates of incidence and mortality worldwide for 36 cancers in 185 countries. CA: a cancer journal for clinicians, v. 68, n. 6, p. 394–424, 2018.

CARACENI, A. et al. Pain measurement tools and methods in clinical research in palliative care: recommendations of an Expert Working Group of the European Association of Palliative Care. Journal of Pain and Symptom Management, v. 23, n. 3, p. 239–255, mar. 2002.

CARACENI, A. et al. Breakthrough pain characteristics and syndromes in patients with cancer pain. An international survey. Palliative Medicine, v. 18, n. 3, p. 177–183, abr. 2004.

COLEMAN, R. E. Clinical Features of Metastatic Bone Disease and Risk of Skeletal Morbidity. Clinical Cancer Research, v. 12, n. 20, p. 6243s–6249s, 15 out. 2006.

COOK, L. M.; HURST, D. R.; WELCH, D. R. Metastasis Suppressors and the Tumor Microenvironment. Seminars in cancer biology, v. 21, n. 2, p. 113–122, abr. 2011.

DE SOUZA, R. S. DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA PARA CONTROLE DE QUALIDADE EM RADIOTERAPIA DE INTENSIDADE MODULADA (IMRT). p. 153, 2012.

ECCLES, S.; PAON, L.; SLEEMAN, J. Lymphatic metastasis in breast cancer: importance and new insights into cellular and molecular mechanisms. Clinical & Experimental Metastasis, v. 24, n. 8, p. 619–636, 2007.

GEIGER, T. R.; PEEPER, D. S. Metastasis mechanisms. Biochimica Et Biophysica Acta, v. 1796, n. 2, p. 293–308, dez. 2009.

GRANT, R. et al. Metastatic epidural spinal cord compression: current concepts and treatment. Journal of Neuro-Oncology, v. 19, n. 1, p. 79–92, 1994.

HARTSELL, W. F. et al. Randomized trial of short- versus long-course radiotherapy for palliation of painful bone metastases. Journal of the National Cancer Institute, v. 97, n. 11, p. 798–804, 1 jun. 2005.

HURST, D. R.; WELCH, D. R. Metastasis Suppressor Genes. In: International Review of Cell and Molecular Biology. [s.l.] Elsevier, 2011. v. 286p. 107–180.

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. ESTIMATIVA 2020: INCIDÊNCIA DE CÂNCER NO BRASIL / INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER; JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. – RIO DE JANEIRO: INCA, 2019. Estimativa | 2020 Incidência de Câncer no Brasil. 2019.

JOHNSTONE, C.; LUTZ, S. T. External beam radiotherapy and bone metastases. Annals of Palliative Medicine, v. 3, n. 2, p. 114–122, 24 abr. 2014.

JONES, J. A. et al. Palliative radiotherapy at the end of life: a critical review. CA: a cancer journal for clinicians, v. 64, n. 5, p. 296–310, out. 2014.

LUTZ, S. et al. Palliative radiotherapy for bone metastases: an ASTRO evidence-based guideline. International Journal of Radiation Oncology, Biology, Physics, v. 79, n. 4, p. 965–976, 15 mar. 2011.

MARINANGELI, F. et al. Use of strong opioids in advanced cancer pain: a randomized trial. Journal of Pain and Symptom Management, v. 27, n. 5, p. 409–416, maio 2004.

MERCADANTE, S. et al. Episodic (breakthrough) pain: consensus conference of an expert working group of the European Association for Palliative Care. Cancer, v. 94, n. 3, p. 832–839, 1 fev. 2002.

MIRRAKHIMOV, A. E. Hypercalcemia of Malignancy: An Update on Pathogenesis and Management. North American Journal of Medical Sciences, v. 7, n. 11, p. 483–493, nov. 2015.

MUNDY, G. R. Metastasis to bone: causes, consequences and therapeutic opportunities. Nature Reviews Cancer, v. 2, n. 8, p. 584–593, ago. 2002.

NUNES, B. C. et al. Morfina como primeiro medicamento para tratamento da dor de câncer. Revista Brasileira de Anestesiologia, v. 64, n. 4, p. 236–240, ago. 2014.

PAICE, J. A. Chronic treatment-related pain in cancer survivors. Pain, v. 152, n. 3 Suppl, p. S84-89, mar. 2011.

POPE, K. et al. Dosimetric and clinical impact of 3D vs. 2D planning in palliative radiotherapy for bone metastases. Supportive Care in Cancer: Official Journal of the Multinational Association of Supportive Care in Cancer, v. 21, n. 8, p. 2229–2235, ago. 2013.

PORTENOY, R. K.; HAGEN, N. A. Breakthrough pain: definition, prevalence and characteristics: Pain, v. 41, n. 3, p. 273–281, jun. 1990.

QUINTINO, V. L. R. Avaliação da eficácia da radioterapia paliativa no controlo da dor em doentes com metástases ósseas. Thesis—[s.l.] Instituto Politécnico de Lisboa, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, 2015.

Radiation dose in radiotherapy from prescription to delivery. . [s.l.] International Atomic Energy Agency, 1996. Disponível em: <http://inis.iaea.org/Search/search.aspx?orig_q=RN:28018201>. Acesso em: 20 mar. 2020.

RIPAMONTI, C. I. et al. Management of cancer pain: ESMO Clinical Practice Guidelines. Annals of Oncology, v. 23, p. vii139–vii154, out. 2012a.

RIPAMONTI, C. I. et al. Management of cancer pain: ESMO Clinical Practice Guidelines. Annals of Oncology: Official Journal of the European Society for Medical Oncology, v. 23 Suppl 7, p. vii139-154, out. 2012b.

ROBBINS, S. L.; KUMAR, V.; COTRAN, R. S. (EDS.). Robbins and Cotran pathologic basis of disease. 8th ed ed. Philadelphia, PA: Saunders/Elsevier, 2010.

SILVA, F. C. DA; DELIBERATO, P. C. P. Análise das escalas de dor: revisão de literatura. Artigo. Disponível em: <http://repositorio.uscs.edu.br/handle/123456789/110>. Acesso em: 25 mar. 2020.

TEIXEIRA, M. J. Fisiopatologia da Nocicepção e da Supressão da Dor. p. 6, 2001.

VARKI, A.; VARKI, N. M.; BORSIG, L. Molecular basis of metastasis. The New England Journal of Medicine, v. 360, n. 16, p. 1678–1679; author reply 1679-1680, 16 abr. 2009.

VENTAFRIDDA, V. et al. A validation study of the WHO method for cancer pain relief. Cancer, v. 59, n. 4, p. 850–856, 15 fev. 1987.

WIERMANN, E. G. Brazilian Cancer Pain Management Consensus. v. 10, n. 38, p. 12, 2014.

Published

2020-11-29

How to Cite

VIEIRA, V. S.; BRAZ, B. P. D.; SILVA, R. B. B. da. Efetividade da radioterapia paliativa em pacientes com metástases ósseas dolorosas / Effectiveness of palliative radiotherapy in patients with painful bone metastases. Brazilian Journal of Health Review, [S. l.], v. 3, n. 6, p. 17119–17133, 2020. DOI: 10.34119/bjhrv3n6-136. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/20659. Acesso em: 28 mar. 2024.

Issue

Section

Original Papers