Utilização da técnica de repetição espaçada na aprendizagem da anatomia humana / Use of spaced repetition technique in learning human anatomy

Authors

  • Marcos Willyan de Araújo Chaves
  • Joaquim Carlos Rossini
  • Roberto Bernardino Júnior
  • Claudemir Kuhn Faccioli
  • Ederaldo José Lopes
  • Daniela Cristina de Oliveira Silva

DOI:

https://doi.org/10.34119/bjhrv3n5-197

Keywords:

educação, memória, aprendizagem, graduação, anatomia macroscópica, flashcards

Abstract

A disciplina de Anatomia é uma ciência com conteúdo difícil de memorizar, principalmente pela quantidade e complexidade de sua terminologia. Dentre as técnicas que auxiliam a manter a informação aprendida por mais tempo ou evocá-la com facilidade, o sistema de repetição espaçada (SRE) tem se mostrado eficaz como método de revisão de conteúdo que potencializa a retenção da memória. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a utilização do SRE e compará-lo com a metodologia tradicional de ensino em Anatomia Humana sem revisão sistematizada. Participaram da pesquisa 28 alunos do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Uberlândia. Durante 16 semanas, os estudantes tiveram aulas teóricas e práticas expositivas de Anatomia e fizeram revisões extraclasse individuais utilizando a técnica SRE com o apoio do programa Anki, empregando cartões de repetição espaçada. Para avaliar o método, foram analisados os cartões aprendidos, reaprendidos, revisados e estudados, e foram comparadas as notas parciais e final com uma turma que não utilizou o método. Os resultados demostraram que a média dos cartões aprendidos foi 39,41% dos cartões disponibilizados; 50% dos estudantes não reaprendeu nenhum cartão; 67,85% dos estudantes revisaram uma quantidade de cartões abaixo da média da turma; a média dos cartões estudados foi 41,07% dos cartões disponibilizados; a turma que utilizou o método SRE apresentou nota significativamente maior apenas em uma das notas parciais. Assim, pode-se concluir que a adesão ao método SRE foi insatisfatória e não forneceu evidências da sua eficiência na maximização da aprendizagem. Contudo, comparado a metodologia tradicional sem revisão sistematizada, se mostrou eficaz apenas a longo prazo.

References

Albuquerque-Filho ET, Cavalcante LMM, Cavalcante KMM, Jatobá MAV, Santana EC Aplicação de metodologias ativas no estudo da anatomia humana frente ao modelo tradicional. Brazilian Journal of Health Review 3(2): 1457-1464, 2020

Al-Rawi W, Easterling L, Edwards PC. 2015. Development of a mobile device optimized cross plataform-compatible oral pathology and radiology spaced repetition system for dental education. Journal of Dental Education 79(4):439-447.

Andersen SA, Konge L, Cayé-Thomasen P, Sorensen MS. 2015. Learning Curves of Virtual Mastoidectomy in Distributed and Massed Practice. JAMA Otolaryngol Head Neck Surgery 141(10):913-918.

Augustin M. 2014. How to learn effectively in medical school: test yourself, learn actively, and repeat in intervals. Yale Journal of Biology Medicine 87(2):207-212.

Baddeley A, Anderson MC, Eysenck MW. 2011. Memória. Porto Alegre: Artmed. 472p.

Bailey RC. 2013. Internet-Based Spaced Repetition Learning In and Out of the Classroom: Increasing Independent Student Use. CELE Journal 21:90-102.

Bailey RC, Davey J. 2011. Internet-based Spaced Repetition Learning In and Out of the Classroom: Implementation and Student Perception. CELE Journal 20:39-50.

Bercovitz KE, Bell MC, Simone PM, Wiseheart M. 2017. The spacing effect in older and younger adults: does context matter? Aging Neuropsychology and Cognition 24(6):703-716.

Bigge ML 1997. Teorías de aprendizaje para maestros. 15ª Ed, México: Trillas.

Bordenave JD, Pereira AM. 2001. O Papel Dos Meios Multissensoriais No Ensino-Aprendizagem. in: Estratégias De Ensino-Aprendizagem. 22ª Ed, Petrópolis: Editora Vozes

Cadaret CN, Yattes DT. 2018. Retrieval practice in the form of online homework improved information retention more when spaced 5 days rather than 1 day after class in two physiology courses. Advances in Physiology Education 42:305-310.

Cepeda NJ, Vul E, Rohrer D, Wixted JT, Pashler H. 2018. Spacing effects in learning: a temporal ridgeline of optimal retention. Psychological Science 19:1095-1102.

Clunie L, Morris NP, Joynes VCT, Pickering JD. 2018. How comprehensive are research studies investigating the efficacy of technology-enhanced learning resources in anatomy education? A systematic review. Anatomical Sciences Education 11(3):303-319.

Costa LF, Feijós AGS. 2009. Doação de corpos: estudo comparativo luso-brasileiro sobre a utilização do corpo humano para ensino e pesquisa. Anais do 5º Salão de Iniciação Científica; Porto Alegre: EDIPUCRS.

Costa GBF, Lins CCSA. 2012. O cadáver no ensino da anatomia humana: uma visão metodológica e bioética. Revista Brasileira de Educação Médica. 36(3):369-373.

D’Ângelo JG, Fattini CA. 2010. Anatomia Humana Básica, 3ª Ed, Porto Alegre, Atheneu.

Dempster FN. 1988. The Spacing Effect A case study in the failure to apply the results of psychological research. American Psychologist 43:627-634.

Dobson JL, Perez J, Linderholm, T. 2017. Distributed retrieval practice promotes superior recall of anatomy information. Anatomical Sciences Education 10(4):339-347.

Elmes, D. Anki. Powerful, intelligent flash cards. Remembering things just became much easier. Disponível em: https://apps.ankiweb.net/. Acessado em 15 de julho de 2017.

Ferreira TAA, Monteiro CA, Maia FA, Guimarães APR, Cruz MR. 2008. Estudo de neurofisiologia associados com modelos tridimensionais construídos durante o aprendizado. Bioscience Journal 24(1):98-103.

Ferrer-Torregrosa J, Torralba J, Jimenez MA, Garc?a S, Barcia JM. 2015. ARBOOK: Development and assessment of a tool based on augmented reality for anatomy. Journal of Sciences Education Technology 24:119–124.

Gagné, RM. (1974). Como se realiza a aprendizagem. Rio de Janeiro; Editora S. A. 270 p.

Kang SHK. 2016. Spaced Repetition Promotes Efficient and Effective Learning: Policy Implications for Instruction. Behavioral and Brain Sciences 3(1):12-19.

Kerfoot BP. 2009. Learning benefits of online spaced education persist for 2 years. The Journal of Urology 181:2571-2573.

Kramára EA, Babayana AH, Gavin CF, Cox CD, Jafari M, Gall CM, Rumbaugh G, Lynch G. 2012. Synaptic evidence for the efficacy of spaced learning. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America 109:5121-5126.

Matos J, Petri CR, Mukamal KJ, Vanka A. 2017. Spaced education in medical residents: An electronic intervention to improve competency and retention of medical knowledge. PLoS One 12(7)1-8.

Moore KL, Dailey AF, Agur AMR. 2014. Moore, Anatomia Orientada para a Clínica. 7ª Ed. Rio de Janeiro; Guanabara Koogan.

Mourthé-Filho A, Borges MAS. Figueiredo IPR, Villal MIOB, Taitson PF. 2016. Refletindo o ensino de anatomia. Enfermagem Revista 19(2):169-175.

Mota MF, Mata FR, Aversi-Ferreira TA. 2010. Constructivist pedagogic method used in the teaching of human anatomy. International Journal of Morphology 28(2):369-374.

Nkenke E, Vairaktaris E, Bauersachs A, Eitner S, Budach A, Knipfer C, Stelzle F. 2012. Spaced education activates students in a theoretical radiological science course: a pilot study. BMC Medical Education 12(32):1-7.

Nunes EPS, Nunes FLS, Tori R. 2011. Avaliação da aquisição de conhecimento em ambientes virtuais de aprendizagem 3D para treinamento médico. XXXI Congresso da Sociedade Brasileira de Computação Natal-RN, Brasil; 2011 jul. 19-22; Disponível em: http://www.dimap.ufrn.br/csbc2011/anais/eventos/contents/WIM/WIM_Sessao_4_Artigo_6_Nunes.pdf.

Oliveira EF .2017. Programa Aprender: multiplique sua velocidade de aprendizagem. http://www.programaaprender.com.br/ [acessado 05 Novembro 2018]

Pickering JD. 2016. Measuring learning gain: Comparing anatomy drawing screencasts and paper-based resources. Anatomical Sciences Education 10:307–316.

Rozenshtein A, Pearson GD, Yan SX, Liu AZ, Toy D. 2016. Effect of Massed Versus Interleaved Teaching Method on Performance of Students in Radiology. Journal of the American College of Radiology 13(8):979-84.

Silva DCA, Carniello A, Carniello C. 2014. Utilização da técnica de repetição espaçada por meio de flashcards virtuais para o aumento da memorização na aprendizagem. Sinergia, São Paulo 15(4):298-302.

Slone LK, Sandhofer CM. 2017. Consider the category: The effect of spacing depends on individual learning histories. Journal of Experimental Child Psychology 159:34-49.

Swinnerton BJ, Morris NP, Hotchkiss S, Pickering JD. 2017. The integration of an anatomy massive open online course (MOOC) into a medical anatomy curriculum. Anatomical Sciences Education 10:53–67.

Taveira-Gomes T, Prado-Costa, Severo M, Ferreira MA. 2015. Characterization of medical students recall of factual knowledge using learning objects and repeated testing in a novel e-learning system. BMC Medical Education 15(4):1-12.

Traser CJ, Hoffman LA, Seifert MF, Wilson AB. 2015. Investigating the use of quick response codes in the gross anatomy laboratory. Anatomical Sciences Education 8: 421–428

Tortora GJ, Nielsen MT. 2013. Princípios de Anatomia Humana. 12ª Ed. Rio de Janeiro; Guanabara Koogan. 653p.

Velásquez, F. R. 2001 Enfoques sobre el aprendizaje humano. Venezuela.

Wahlheim CN, Maddox GB, Jacoby LL. 2014. The role of reminding in the effects of spaced repetitions on cued recall: sufficient but not necessary. Journal of Experimental Psychology: Learning, Memory and Cognition 40(1):94-105.

Wang Y, Xu Q, Liao, S, Jia D. 2017. Unfamiliar faces in recognition memory: spaced learning enhances subsequent recognition memory by reducing repetition priming NeuroReport. 28(14):872-878.

Wilkinson K, Barter P. 2016. Do mobile learning devices enhance learning in higher education anatomy classrooms? Journal of Pedagogic Development 6:14–23.

Published

2020-10-02

How to Cite

CHAVES, M. W. de A.; ROSSINI, J. C.; JÚNIOR, R. B.; FACCIOLI, C. K.; LOPES, E. J.; SILVA, D. C. de O. Utilização da técnica de repetição espaçada na aprendizagem da anatomia humana / Use of spaced repetition technique in learning human anatomy. Brazilian Journal of Health Review, [S. l.], v. 3, n. 5, p. 13827–13847, 2020. DOI: 10.34119/bjhrv3n5-197. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/17631. Acesso em: 29 mar. 2024.

Issue

Section

Original Papers