Epidemiologia da Chagas aguda no Brasil de 2007 a 2018 / Epidemiology of acute Chagas in Brazil from 2007 to 2018
DOI:
https://doi.org/10.34119/bjhrv3n5-007Keywords:
Doença de Chagas aguda, Epidemiologia, Saúde Pública.Abstract
A doença de Chagas aguda (DCA) é considerada uma doença negligenciada, pode apresentar-se nas formas sucessivas: fase aguda (severa em 1 a 5% dos casos) e crônica (indeterminada e assintomática). Com o intuito de estudar a epidemiologia da DCA no Brasil, realizou-se estudo ecológico, descritivo, de série temporal, com dados secundários, de 2007 a 2018, obtidos através do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN) Ministério da Saúde. Os dados coletados foram tabulados em planilhas no programa Microsoft Excel e analisados estatisticamente pelo programa Bioestat 5.3. Foram notificados - 2704 casos de DCA; a região Norte registrou o maior número de casos -2566, com predomínio do sexo masculino-1450; a raça parda registrou 2056 casos; a faixa etária de 20 a 30 anos foi mais acometida; o modo de infestação por via oral foi o maior durante todo o período. Quanto ao local de provável infestação a contaminação domiciliar apresentou 1623 casos. Quanto à evolução - 2335 evoluíram vivos. A permanente tendência de crescimento, demonstra a necessidade de adoção de medidas que garantam a prevenção, controle, diagnóstico precoce e tratamento. Dessa forma, conhecer as regiões de maior predominância, a localização e forma de infestação, e demais características epidemiológicas, permitem o melhor embasamento de políticas preventivas, que visem inclusive a sua erradicação, tendo em vista que a Doença de Chagas é uma doença prevenível, desde que se estabeleça o controle dos vetores, principalmente no que tange a via oral de contaminação, sem descuidar das demais formas de infestação.
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