Capacitação de agentes comunitários de saúde e análise dos conhecimentos adquiridos a respeito do HIV em um distrito sanitário / Training of community health agents and analysis of the knowledge acquired about HIV in a health district
DOI:
https://doi.org/10.34119/bjhrv3n4-007Keywords:
HIV, Agentes Comunitários de Saúde, Educação em Saúde.Abstract
Introdução: Um dos maiores obstáculos enfrentados no que diz respeito ao controle e prevenção da infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) encontra-se na imprecisão das informações propagadas a respeito do aspecto global da doença, suas formas de transmissão e o tratamento disponível, o qual atualmente é capaz de promover qualidade de vida ao paciente portador do vírus. Atrelado à inexatidão do conhecimento geral está o estigma relacionado ao paciente soropositivo, representando uma grande barreira à testagem e adesão ao tratamento. Ao definir os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) como o esteio da relação entre a população e a Estratégia de Saúde da Família (ESF), torna-se imprescindível evidenciar que estes necessitam de constante capacitação, munindo-os, assim, com o conhecimento fundamental para que estejam cada vez mais aptos a intervir de forma positiva na saúde da população, esclarecendo dúvidas e atuando como intermediários entre a comunidade e as unidades de saúde. Objetivo: Capacitar Agentes Comunitários de Saúde a respeito do HIV. Método: O presente estudo é longitudinal e prospectivo, com uma abordagem quantitativa. Foi dividido em três etapas, sendo estas: questionário pré-capacitação, capacitação e questionário pós-capacitação, com o propósito de analisar a efetividade do projeto. A capacitação foi realizada com 10 ACS de uma Estratégia de Saúde da Família, localizada em Belém-PA, através de metodologia expositiva. Foi utilizado o questionário HIV-KQ-18, desenvolvido por Carey e Schroder (2002), validado e traduzido para o português, para análise dos conhecimentos dos participantes. Resultados e Discussão: A faixa etária dos participantes do estudo foi compreendida entre 33 e 52 anos. O questionário aplicado anteriormente à capacitação revelou um percentual de acertos de 22,2%, constatando o óbice, ainda existente, à compreensão da doença. Após a capacitação, esse percentual passou a ser de 83,4%, evidenciando a efetividade do projeto e reafirmando a importância do desenvolvimento de ações educativas que objetivem a capacitação de Agentes Comunitários de Saúde, especialmente abrangendo temáticas que impactam diretamente na saúde pública. Conclusão: Foi possível identificar, através da intervenção, os empecilhos existentes no que diz respeito à desmistificação do HIV para a população em geral. Considerando a importância do ACS para o bom funcionamento da ESF, ressalta-se a necessidade de capacitação constante a estes profissionais para que seja possível utilizá-los como meio facilitador das informações pertinentes à educação em saúde da comunidade.
References
Nyblade L, Jain A, Benkirane M, Li L, Lohiniva AL, McLean R, et al. A brief, standardized tool for measuring HIV-related stigma among health facility staff: results of field testing in China, Dominica, Egypt, Kenya, Puerto Rico and St. Christopher & Nevis. Journal of the International Aids Society.2014;16(32):220-231.
Lindberg MH, Wettergren L, Wiklander M, Svedhem-Johansson V, Lars EK. Psychometric Evaluations of the HIV Stigma Scale in a Swedish Context. PLOS one.2014;12(52):28-36.
Altice FL, Mostashari F, Friedland GH. Trust and the Acceptance of and Adherence to Antiretroviral Therapy. Journal of Acquired Immune deficiency syndrome.2001;28(1):47-58
UNAIDS. Estatísticas Globais sobre HIV. 2017.
UNAIDS. Legislação Brasileira e o HIV. 2018.
Garrido PB, Paiva V, do Nascimento VLV, Souza JB, Santos NJS. Aids, estigma e desemprego: implicações para os serviçoes de saúde. Revista de Saúde Pública.2007;41(2):72-79.
Li MJ, Murray JK, Suwanteerangkul J, Wiwatanadate P. Stigma, social support and threatment adhrence among HIV-positive patients in Chiang Mai, Thailand. Aids Education and prevention. 2014;26(5):471-483.
UNAIDS. Right to Health. 2017.
Duarte LR, da Silva DSJR, Cardoso SH. Construindo um programa de educação com Agentes Comunitários de Saúde. Comunicação, Saúde e Educação. 2007;11(23):439-447
Godoi BB, Madeira ALF, Alfradique BM, Domingos GP, Brugiolo IF, Evaristo FC, et al. Capacitação de Agentes Comunitários de Saúde no município de Diamantina/MG. Revista Ciência em Extensão. 2018;14(1):54-69.
de Oliveira AR, Chaves AEP, de Almeida NJ, de Sá LD, Collet N. Satisfação e limitação no cotidiano de trabalho do Agente Comunitário de Saúde. Revista eletrônica de enfermagem. 2010;12(1): 28-36.
Da Silva AFC. HIV/AIDS, os estigmas e a história. História, Ciência e Saúde – Manguinhos.2018;25(2):311-314.
Soares R, Armindo RD, Rocha G. A imunodeficiência e o sistema imunitário: O comportamento em portadores de HIV. Arquivos de Medicina. 2014;28(2):113-121.
Lazzarotto A. HIV/Aids e meia idade: avaliação do conhecimento de indivíduos do Vale do Sinos (RS), Brasil. Ciência & Saúde Coletiva.2010;15(1):1185-1190.
Bastos LM. Avaliação do nível de conhecimento em relação à Aids e sífilis por idosos do interior cearense, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva.2018;23(8):2495-2502.
Schuelter-Trevisol, F. Perfil epidemiológico dos pacientes com HIV atendidos no sul do Estado de Santa Catarina, Brasil, em 2010. Epidemiologia e Serviços de Saúde. 2013;22(1):87-94
De Freitas MGRR, das Graças BCM, Kerr LRFS, Guimarães MDC. Fatores associados ao baixo conhecimento sobre HIV/AIDS entre homens que fazem sexo com homens no Brasil. Caderno de Saúde Pública. 2017;33(10):1678-1686.
De Melo CS. Agentes Comunitários de Saúde: elemento nuclear das ações em saúde. Ciência & Saúde Coletiva. 2013;18(1):2147-2156.
Gonçalves H. Conhecimentos sobre a transmissão de HIV/Aids entre adolescentes com 11 anos de idade do Sul do Brasil. Epidemiologia e Serviços de Saúde. 2013;16(2):420-431.
De Jesus GJ, de Oliveira LB, de Souza CJ. Dificuldades do viver com HIV/Aids: Entraves na qualidade de vida. Acta Paulista de Enfermagem.2017;30(8):301-307
Da Silva AP, Machado PRF, da Cost MER. Conhecimento a percepção de vulnerabilidade para o HIV/AIDS entre os acadêmicos de medicina de uma universidade privada. Revista de enfermagem. 2014;21(1):618-623.