A teoria keynesiana, o Brasil e a narrativa “economia versus saúde” diante da pandemia: como as estratégias e políticas anticíclicas têm sido utilizadas? / Keynesian theory, Brazil and the “economy versus health” narrative on pandemic: how have the anticyclical strategies and policies been used?

Autores

  • Eduardo Brandão Ornelas Brazilian Journals Publicações de Periódicos, São José dos Pinhais, Paraná

DOI:

https://doi.org/10.34140/bjbv3n1-073

Palavras-chave:

Chicago Boys, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), Neoliberalismo, Reservas

Resumo

O presente artigo[1] tem o objetivo principal de analisar, de maneira interdisciplinar, em que medida a área econômica do governo brasileiro tem adotado (ou não) estratégias e políticas anticíclicas, diante da eclosão da pandemia vinculada ao COVID-19, identificando o que tem sido adequado ou pertinente, bem como falhas e potenciais soluções. No Brasil, o presidente da República manteve-se em constante conflito com diversos governadores e a própria OMS – Organização Mundial da Saúde –, além de parte significativa dos médicos e da mídia especializada, chegando ao ponto de, em determinados momentos, minimizar o vírus, a pandemia e seus impactos, reduzindo-os ao termo “gripezinha”. Por sua vez, diante de forte pressão social, o Ministro Paulo Guedes e os principais economistas de seu staff – apelidados de Chicago Boys –, precisaram tomar medidas governamentais bem pontuais, tais como a redução do compulsório, somadas a outras nada convencionais a governantes de orientação neoliberal, por exemplo: a liberação de auxílios emergenciais e de linhas destinadas a pagamentos parcial de salários de trabalhadores (condicionadas a não demissão de trabalhadores pelas empresas beneficiadas), no entanto, essas medidas – mesmo se juntarmos todas – continuam a ser consideravelmente limitadas, se comparadas com aquilo que a teoria de Keynes estabelece. Também é fato que o país perdeu muito com a própria extinção do Ministério do Planejamento. Adicionalmente, apesar de John Maynard Keynes ser o principal referencial teórico deste artigo, em virtude da temática primordialmente econômica, este também busca averiguar o suposto conflito noticiado pelas mídias entre “economia” e “saúde”, quando da discussão sobre distanciamento social, isolamento, lockdown ou abertura seletiva do comércio e dos serviços. Especificamente para essa análise veridictória, é utilizado o arcabouço teórico-metodológico da semiótica discursiva, especialmente em Algirdas J. Greimas, Eric Landowski e Ana Claudia de Oliveira. Por fim, defender a saúde e a vida é fundamental. Para uma atuação preventiva, é necessário vacinar em massa. Somente após isso, será possível retomar com segurança o trabalho e estudo presenciais. É uma questão de tempo.

 

Referências

BODIE, Zvi, KANE, Alex, MARCUS, Alan J. Investments. McGraw-Hill. New York: 2002.

DAMODARAN, Aswath. Avaliação de Investimentos – Ferramentas e Técnicas para determinação do valor de qualquer ativo. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1997.

DELFIM NETTO, Antonio (Coordenador). O Brasil do Século XXI. Editora Saraiva, 2011.

DILLARD, D. A teoria econômica de John Maynard Keynes. São Paulo: Livraria Editora Pioneira, 1971.

DODL, Alessandra, BARROS, José Renato. Desafios do Sistema Financeiro Nacional. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2011.

DORNBUSH, Rudiger & FISCHER, Stanley. Macroeconomia. Editora McGraw-Hill. São Paulo: 1991 (5a Edição).

DREZNER, Daniel W. (2014). The System Worked: Global Economic Governance during the Great Recession. World Politics. doi:10.1017/S0043887113000348

FURTADO, C. Teoria e Política do Desenvolvimento Econômico. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1979.

GARRISON, Ray H. & NOREEN, Eric W. Contabilidade Gerencial. Rio de Janeiro: LTC Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 2001.

GILPIN, Robert (2001). Global Political Economy: understanding the international economic order. Princeton University Press.

GREIMAS, A. J. e COURTÉS, J. Dicionário de semiótica, tomo I. Trad. port. A. A. Lima et al., São Paulo, Editora Contexto, 2013.

GREIMAS, A. J. Da imperfeição. Trad. A. C. de Oliveira. São Paulo: Hacker Editores, 2002.

HARVEY, David. A transformação político-econômica do capitalismo do final do século XX. In: A condição pós-moderna. São Paulo: Loyola,1998.

KEYNES, J. M. A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. São Paulo: Abril S.A. Cultural, 1983.

____________. The General Theory of Employment, Interest and Money. Charleston (USA): Classic Books America, 2009.

____________. Inflação e Deflação. In: Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978.

KRUGMAN, Paul R, OBSTFELD, Maurice. Economia Internacional. São Paulo: Makron Books, 2010 (8ª Edição).

LANDOWSKI, E. A sociedade refletida: ensaios de sociossemiótica. Trad. E. Brandão. São Paulo: EDUC/Pontes, 1992.

______________. O olhar comprometido, in Revista Galáxia, n. 2. Trad. A. C. de Oliveira, M. da Vinci de Moraes. São Paulo: PUC-SP, 2001, pp. 19?56.

_____________. Presenças do outro: ensaios de sociossemiótica. Trad. M. A. L. de Barros. São Paulo: Editora Perspectiva, 2002.

______________. Interacciones arriesgadas. Trad. D. Blanco. Lima: Universidad de Lima, Fondo Editorial, 2009.

______________. Sociossemiótica: uma teoria geral do sentido, in Revista Galáxia, n. 27. São Paulo: PUC-SP, 2014, pp. 10-20.

LEKACHMAN, R. (Coord.). Teoria Geral de Keynes - Trinta Anos de debates. São Paulo: IBRASA, 1968.

OBSTFELD, Maurice & TAYLOR, Alan M. "International Monetary Relations: Taking Finance Seriously." Journal of Economic Perspectives, 2017.

OLIVEIRA, A. C. Visualidade, entre significação, sensível e inteligível. Educação & Realidade. 2005, Julho-Dezembro. Disponível em: <http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=317227042002> em 06/06/2018. ISSN 0100-3143

PRADO Jr., C. P. Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, 1999.

PRASAD, Eswar S. and Rajan, R. G. (2008) A Pragmatic Approach to Capital Account Liberalization. Journal of Economic Perspectives Vol. 22 N. 3.

PIKETTY, T. O capital no século XXI. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca Ltda, 2014.

__________. A economia da desigualdade. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca Ltda, 2015.

SAES, F. A. M. de, SAES, A. M., História Econômica Geral. São Paulo: Saraiva, 2013.

Downloads

Publicado

2021-03-31

Como Citar

Ornelas, E. B. (2021). A teoria keynesiana, o Brasil e a narrativa “economia versus saúde” diante da pandemia: como as estratégias e políticas anticíclicas têm sido utilizadas? / Keynesian theory, Brazil and the “economy versus health” narrative on pandemic: how have the anticyclical strategies and policies been used?. Brazilian Journal of Business, 3(1), 1256–1267. https://doi.org/10.34140/bjbv3n1-073

Edição

Seção

Artigos