Desenvolvimento das modalidades mecanossensoriais de larvas de Brycon orbignyanus / Development of mechanosensory modalities of Brycon orbignyanus larvae
DOI:
https://doi.org/10.34188/bjaerv4n3-061Palavras-chave:
linha lateral, neuromastos, otólitos, peixe, piracanjubaResumo
Com o objetivo de descrever o desenvolvimento das estruturas mecanorreceptoras, otólitos/ouvido interno e neuromastos do sistema de linha lateral, das larvas de piracanjuba Brycon orbignyanus (Valenciennes, 1849) (Characiformes, Characidae, Bryconinae), até 172 horas após a eclosão, foram coletados exemplares a cada meia hora e fixados, na solução de fluido de bouin, pelo período de6 a 8 horas, em temperatura ambiente. Os cortes de 4 - 5 µm de espessura foram corados por pelos métodos HE, Alcian Blue e PAS e analisados por microscopia óptica. Foi possível concluir que as larvas de piracanjuba, até 28 horas após a eclosão, com 3,35 ±0,13 mm de CP (comprimento padrão), apresentaram estruturas que as tornaram predadoras ativas e capazes de superar uma das etapas críticas da larvicultura comercial – o início da alimentação exógena – sendo verificados: presença de cristas ampulares na cavidade ótica, sistema de linha lateral cefálico e corporal em formação. Em 72 horas após a eclosão, as larvas de piracanjuba, com 9,13 ±0,18 mm de CP, apresentaram o sistema de linha lateral cefálico formado. Nas larvas com 172 horas após a eclosão, medindo 11,94 ±0,80 mm de CP, no final da metamorfose, o sistema de linha lateral e a audição em formação, em conjunto, favorecem a sobrevivência na larvicultura comercial da espécie.
Referências
APPELBAUM, S. The feeding behaviour of carp (Cyprinus carpio L.) larvae and the possibility of adapting them to artificial food. Archiv fur Fisherei-wissenschaft, v.27, p.133-141, 1976.
ASSIS, C.A.S. Estudo morfológico dos otólitos sagitta, asteriscus e lapillus de teleósteos (Actinopterygii, Teleostei) de Portugal Continental. Sua aplicação em estudos de Filogenia, Sistemática e Ecologia. Lisboa: UL, 1004p. Tese (Doutorado em Biologia - Ecologia e Biossistemática) - Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 2000.
BANCROFT, J.D.; STEVENS, A. Theory and practices of histological techniques. Churchill Livingstone, 4 ed., 1996. 166p.
BLAXTER, J.H.S. Development of sense organs and behavior of teleost larvae with special reference to feeding and predator avoidance. Transactions of the American Fisheries Society, v.115, p.98-114, 1986.
BLAXTER, J.H.S. Structure and development of the lateral line. Biological Reviews, v.62, p.471-514, 1987.
COOMBS, S., JANSSEN, J., MONTOGOMERY, J. Functional and evolutionary implications of peripheral diversity in lateral line systems. In: WEBSTER, D.B., FAY, R.R., POPPER, A.N. (eds.): The evolutionary biology of hearing. Springer-Verlag, New York, 1992. p.267-294.
CRUZ, C. P.T.; LUCHIARI, A.C.; CORSO, G. A linha lateral dos peixes: comparando estratégias de busca em simetrias esférica e dipolar. Proceeding Series of the Brazilian Society of Applied and Computational Mathematics, v.4, n.1, p.1-7, 2016.
DOI: 10.5540/03.2016.004.01.0050
DALE, T. Embryogenesis and growth of otoliths in the cod (Gadus morhua L.). Flodevigen Rapportserie, v.1, p.231-251, 1984.
DIAZ, J.P.; PRIÉ-GRANIÉ, M.; KENTOURI, M.; VARSAMOS, S.; CONNES, R. Development of the lateral line system in the sea bass. Journal of Fish Biology, v.62, p.24-40, 2003.
FATH EL-BAB, M.R. Fundamentals of the Histology of Fish. Part I - Histology of Teleosts. 2 ed. 2006. 138p.
HARVEY, R.; BLAXTER, J.H.S.; HOYT, R.D. Development of superficial and lateral line neuromasts in larvae and juveniles of plaice (Pleuronectes platessa) and sole (Solea solea). Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom, v.72, p.651-668, 1992.
HIBYIA, T. An atlas of fish histology normal and pathological features. Tokio: Kodansha, 1982. 147p.
HIDELBRAND, M.E.; GOSLOW JR, G.E. Análise da Estrutura dos Vertebrados. 2 ed. São Paulo: Atheneu, 2006.
JANSSEN, J.; JONES, W.R.; WHANG, A.; OSHEL, P.E. Use of the lateral line in particulate feeding in the dark by juvenile alewife (Alosa pseudoharengus). Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences, v.52, p.358-363, 1995.
JONES, W.R.; JANSSEN, J. Lateral line development and feeding behavior in the mottled sculpin, Cottus bairdi (Scorpaeniformes: Cottidae). Copeia, p.485-492, 1992.
KAWAMURA G.; ISHIDA K. Changes in sense organ morphology and behaviour with growth in the flounder Paralichthys olivaceus. Nippon Suisan Gakkaishi, v.51, p.155–165, 1985.
KAWAMURA, G.; WASHIYAMA, N. Ontogenetic changes in behavior and sense organ morphogenesis in largemouth bass and Tilápia nilotica. Transactions of the American Fisheries Society, v.118, p.203-213, 1989.
KURODA, K. Studies on the recruitment process focusing on the early life history of the Japanese sardine, Sadinops melanostictus (Schlegel). Bulletin of the National Research Institute of Fisheries Science, v.3, p.25-278, 1991.
MACIEL, C.M.R.R. Morfologia e potencialidade de Hoplias cf lacerdae (Ribeiro, 1908) (Characiformes, Erythrinidae) para localizar e selecionar o alimento, nas fases iniciais do ciclo de vida. Viçosa, MG: UFV, 96p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Universidade Federal de Viçosa, 1997.
MACIEL JÚNIOR, A. Desenvolvimento inicial de larvas de Curimatá-pacu (Prochilodus marggravii Walbaum, 1792) (Characiformes, Prochilodontidae), submetidas a diferentes temperaturas de incubação. Viçosa, MG: UFV, 60p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Universidade Federal de Viçosa, 1996.
MATSUOKA, M. Development of sense organs in the Japanese sardine Sardinops melanostictus. Fisheries Science, v.6, p.1036-1045, 2001.
METCALFE, W.K. Organization and development of the zebrafish posterior lateral line. In: COOMBS, S., GÖRNER, P., MÜNZ, H. (eds.): The mechanosensory lateral line. Springer-Verlag: New York, 1989. p.147-159.
MIYAKE, T.; Von HERBING, I.H.; HALL, B.K. Neural ectoderm, neural crest, and placóides: Contribution of the placóide to the ectodermal lining of the embryonic opercular cavity in Atlantic cod (Teleostei). Journal of Morphology, v.231, p.231-252, 1997.
MONTGOMERY, J.C.; MILTON, R.C. Use of the lateral line for feeding in the torrent fish (Cheimarrichthys fosteri). New Zealand Journal of Zoology, v.20, p.121-125, 1993.
MUKAI, Y.; YOSHIKAVA, H.; KOBAYASHI, H. The relationship between the length of the cupulae of free neuromasts and feeding ability in larvae of the willow shiner Gnathopogon elongates caeruleslens (Teleostei, Cyprinidae). Journal of Experimental Biology, v.197, p.399-403, 1994.
NAKATANI, K.; AGOSTINHO, A.A., BAUMGARTNER, G. et al. Ovos e larvas de peixes de água doce: Desenvolvimento e manual de identificação. Maringá: EDUEM, 2001. 378p.
OLIVEIRA, M.R.; HAWKINS, S.J.; TRUEMAN, C.; YAMAMOTO, M.E.; CHELLAPPA, S. Revisão de estudos sobre determinação da idade através de otólitos dos peixes marinhos brasileiros. Biota amazônica, v4, n3, p.125-131, 2014.
DOI: http://dx.doi.org/10.18561/2179-5746/biotaamazonia.
ORR, R.T. Biologia dos Vertebrados. São Paulo: Roca, 508p. 1986.
OTSUKA, M. Neuromast formation in the prehatching embryos of the japanese flounder (Paralichthys olivaceus). Acta Zoológica (Stockholm), v.84, p.99-106, 2003.
OTSUKA, M., NAGAI, S. Neuromast formation in the prehatching embryos of the cod fish, Gadus macrocephalus Tilesius. Zoological Science, v.14, p.475-481, 1997.
POLING, K.R.; FUIMAN, L.A. Sensory development and concurrent behavioural changes in Atlantic croaker larvae. Journal of Fish Biology, v.51, p.402-421, 1997.
PORTELLA, C.M.; LEITÃO, N.J.; TAKATA, R.; LOPES, T.S. Alimentação e Nutrição de Larvas. In: FRACALOSSI, D.M.; CYRINO, J.E.P. NUTRIAQUA. Nutrição e alimentação de espécies de interesse para a aquicultura brasileira. Florianópolis: Sociedade Brasileira de Aquicultura e Biologia Aquática, 2013. 375p.
POUGH, F.H.; JANIS, C.M.; HEISER, J.B. A vida dos vertebrados. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2008.
SANTOS, A.M.P.A. Morfogênese dos estados larvares de Solea senegalensis Kaup e Dicentrarchus labrax L. Revista de biologia da Universidade de Aveiro, v.4, p.301-311, 1991.
SECOR, D.H.; DEAN, J.M.; LABAN, E.H. Otolith Removal and Preparation for Microstructural Examination. In: Otolith Microstructure Examination and Analysis, D. K. Stevenson & S. E. Campana (eds.), Canadian Special Publication of Fisheries and Aquatic Sciences, v.117, p.19-57. 1992.
SENOO, S.; ANG, K.J.; KAWAMURA, G. Development of sense organs and mouth and feeding of reared marble goby Oxyeleotris marmoratus larvae. Fisheries Science, v.60, p.361-368, 1994.
XIE, S.; WATANABE, T.; SARUWATARI, T.; MASUDA, R.; YAMASHITA, Y.; SASSA, C.; KONISHI. Growth and morphological development of sagital otoliths of larval and early juvenile Trachurus japonicus. Journal of Fish Biology, v.66, n.6, p.1704, 2005.
WEBB, J.F.; COLLIN, S.P.; KUCIEL, M.; SCHULZ-MIRBACH, T.; ?UWA?A, K.; DENIZOT, J.P.; KIRSCHBAUM, F. Sensory Organs. 72p. In: KIRSCHBAUM, F.; FORMICKI, K. (Eds). The Histology of Fishes. 1 ed. CRC Press. 2020. 456p. DOI: https://doi.org/10.1201/9780429113581
WEICHERT, C.K.; PRESCH, W. Elementos de Anatomia de los Cordados. Libros McGrawHill de México, México, 1981. 531 p.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
- O conteúdo dos artigos é de responsabilidade exclusiva dos autores.
- É permitida a reprodução total ou parcial do conteúdo dos artigos, desde que citada a fonte.
- Artigos com plágio serão recusados, e o autor do plágio perderá o direito de publicar nesta revista.
- Os nomes e endereços informados nesta revista serão utilizados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação e não estão disponíveis para outros fins ou a terceiros.
- Depois de enviar os artigos, os autores cedem os direitos autorais de seus artigos ao BJAER. Se você se arrepender da submissão, o autor tem o direito de solicitar ao BJAER que não publique seu artigo. Porém, essa solicitação deve ocorrer até dois meses antes da divulgação do número que o artigo será publicado.
- O BJAER usa a licença Creative Commons CC BY. Informações sobre esta licença podem ser encontradas em: https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/br/
Brazilian Journal of Animal and Environmental Research (BJAER) se reserva o direito de efetuar nos originais alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores. Os trabalhos finais não serão enviadas aos autores.