Compreendendo as consequências do diagnóstico assertivo da síndrome de Pandora e a responsabilidade do médico veterinário / Understanding the consequences of an assertive diagnosis of Pandora’s syndrome and the veterinarian’s responsibility
Resumo
Os felinos passaram a viver em ambientes intradomiciliares, com pouco enriquecimento ambiental e recebendo ração seca, ficando assim mais suscetíveis ao estresse e a enfermidades ocupacionais ou ambientais, como a Síndrome de Pandora. Esta síndrome é a principal causa de alterações do trato urinário inferior dos felinos (DTUIF), e os principais sinais clínicos relacionados a esta são hematúria, polaciúria, periúria e estrangúria. O diagnóstico depende dos achados clínicos, laboratoriais e de exames de imagem, além de uma anamnese detalhada. Neste trabalho relatamos o caso de um felino fêmea de 4kg, sem raça definida, com dez meses de idade e castrada, que apresentava histórico de hematúria. A análise laboratorial levou a suspeita de cistite, o tratamento medicamentoso instituído foi com anti-inflamatório não esteroidal, o qual não teve efetividade. No retorno da paciente foi observado pelo Médico Veterinário a marca de uma coleira na região cervical, o que evidenciou a forma como a gata vinha sendo mantida no ambiente domiciliar, o que levou ao diagnóstico de Síndrome de Pandora, evidenciando a importância de uma anamnese correta e do manejo assertivo do felino. De acordo com a literatura, a saúde mental e física dos gatos depende do bem-estar, sendo crucial a identificação de fatores que podem estar causando situações de estresse. Assim, o médico veterinário tem a função de conscientizar os tutores a partir do momento do diagnóstico, instruindo as melhores condutas a serem adotadas a fim de controle de enfermidades como a síndrome de Pandora.
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PDFReferências
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DOI: https://doi.org/10.34188/bjaerv4n1-048
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