Soroprevalência e fatores de risco para toxoplasmose em gestantes na região metropolitana de Goiânia, Goiás, Brasil / Seroprevalence and risk factors for toxoplasmosis in pregnant women in the metropolitan area of Goiânia, State of Goiás, Brazil

Authors

  • Murilo Barros Silveira
  • Marcos Pereira Carneiro Filho
  • Sarah Ribeiro de Oliveira
  • Karen Ribeiro de Oliveira
  • Flávia Martins Nascente
  • Hânstter Hállison Alves Rezende
  • Ana Maria de Castro
  • Juliana Boaventura Avelar

DOI:

https://doi.org/10.34119/bjhrv3n1-057

Keywords:

Toxoplasmose. Gestantes. Diagnóstico. Fatores de Risco.

Abstract

A toxoplasmose é uma zoonose de distribuição mundial, causada pelo protozoário Toxoplasma gondii. A maior relevância da toxoplasmose ocorre quando a infecção se desenvolve no período gestacional, pois pode ocorrer a transmissão vertical. O objetivo do presente estudo foi analisar a soroprevalência de toxoplasmose em 1.007 amostras de sangue de gestantes e fatores de risco associados a soropositividade no município de Goiânia e região metropolitana. Foi realizado estudo de prevalência com amostras de sangue coletadas de 1.007 gestantes no município de Goiânia e região metropolitana no período de 2014 a 2016. Todas as gestantes que concordaram participar da pesquisa, assinaram o TCLE, e responderam ao questionário socioeconômico. Foram coletadas de cada gestante 5ml de sangue venoso. Os testes sorológicos foram realizados pela técnica de ELISA (ensaio imunoenzimático) para IgM e IgG. Os resultados foram analisados pelo programa BioEstat® versão 5.1, por meio de odds ratio com intervalo de confiança de 95%, considerando-se o nível significância de 5%. Constatou-se soropositividade para anticorpos da classe IgG em 421 (41.8%) gestantes, susceptibilidade à infecção em 586 (58.2%) e para IgM em 60 (6%) gestantes, caracterizando infecção ativa. A idade, estado civil, residência, grau de instrução, número de pessoas em casa e número de abortos, condições de saneamento, convívio com animais não foram estatisticamente significativas para infecção por Toxoplasma gondii. As variáveis com associação significativa (p<0.005) para soropositividade foram: possuir renda mensal de um salário mínimo (p=0.002), trabalhar na indústria (p<0.002), trabalhar na limpeza doméstica (p<0.002), ser multigesta (p<0.001), beber leite sem ferver (p<0.001) e comer linguiça (p=0.003). O estudo permitiu identificar a soropositividade e os fatores de risco para toxoplasmose em gestantes, demonstrando a necessidade de reforçar a orientação quanto as medidas de profilaxia. Além disso, permitiu conhecer o perfil epidemiológico de gestantes na região metropolitana de Goiânia-Goiás.

References

AVELAR, J. B. et al. Epidemiological factors associated with Toxoplasma gondii infection in postpartum women treated in the public healthcare system of Goiânia, State of Goiás, Brazil. Rev Soc Bras Med Trop. v. 51, n. 1, p. 57-62, 2018.

AVELINO, M. M. et al. Risk factors for Toxoplasma gondii infection in women of childbearing age. Braz J Infect Dis. v. 8, p. 164-174, 2004.

ALVARADO-ESQUIVEL, C. et al. Seroepidemiology of Toxoplasma gondii infection in pregnant women in a public hospital in northern Mexico. BMC Infect Dis. v. 6, p. 113-119, 2006.

BARBARA, I. R. et al. Toxoplasmosis screening and risk factors amongst pregnant females in Natal, northeastern Brazil. Rev Soc Bras Med Trop. v. 103, n. 2, p. 377-382, 2009.

BARBARESCO, A. A. et al. Infecções de transmissão vertical em material abortivo e sangue com ênfase em Toxoplasma gondii. Rev Bras Ginecol Obstet. v. 36, n.1 , p. 17-22, 2014.

BITTENCOURT, L. H. F. B. et al. Soroepidemiologia da toxoplasmose em gestantes a partir da implantação do Programa de Vigilância da Toxoplasmose Adquirida e Congênita em municípios da região oeste do Paraná. Rev Bras Ginecol Obstet. v. 34, n. 2, 2012.

BOLLANI, L. & STRONATI, M. I. Neonato com toxoplasmose congênita: clinica, terapia e follow-up. J Pediatr Neonatal Individ Med. v. 3, n. 1, 2014.

CÂMARA, J. T. et al. Prevalência de toxoplasmose em gestantes atendidas em dois centro de referência em uma cidade do Nordeste, Brasil. Rev Bras Ginecol Obstet. v. 37, v. 2, p.64-70, 2015.

CANTOS, G. A. et al. Toxoplasmose: ocorrência de anticorpos antitoxoplasma gondii e diagnóstico. Rev Assoc Med Bras. v. 46, n. 4, p. 335-341, 2000.

CARELLOS, E. V. M. et al. Avaliação da aplicação do protocolo de triagem pré-natal para toxoplasmose em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil: estudo transversal em puérperas de duas maternidades. Cad Saude Publica. v. 24, p. 391-401, 2008.

COOK, A. J. et al. Sources of toxoplasma infection in pregnant women: European multicentre case-control study. European Research Network on Congenital Toxoplasmosis. BMJ. v. 321, n. 7254, p. 142-147, 2000.

CRISTO-KOMPALIC, A. & BRITTO, C. F. Diagnóstico molecular de toxoplasmose: revisão. J Bras Pat Med Lab. v. 41, n. 4, p. 29-35, 2005.

DUNN, D. et al. Mother to child transmission of toxoplasmosis: risk estimates for clinical counselling. Lancet. v. 353, n. 45, p. 1829-1833, 1999.

ERTUG, S. et al. Seroprevalence and risk factors for toxoplasma infection among pregnant women in Aydin province, Turkey. BMC Public Health. v. 5, n. 4, p. 66-71, 2005.

FETERSSON, K. et al. Seroprevalence of Toxoplasma gondii among pregnant women in Sweden. Acta Obstet Gynecol Scand. v. 79, n. 10, p. 824-829, 2000.

FIGUEIRÓ-FILHO, E. A. et al. Freqüência das infecções pelo HIV-1, rubéola, sífilis, toxoplasmose, citomegalovírus, herpes simples, hepatite B, hepatite C, doença de Chagas e HTLV I/II em gestantes, do Estado de Mato Grosso do Sul. Rev Bras Ginecol Obstet. v. 40, n. 2, p. 181-187, 2007.

FRENKEL, J. K. et al. Toxoplasma gondii in cats: fecal stages identified as coccidian oocystis. Science. v. 167, n. 3919, p. 893-896, 1970..

FRENKEL, J. K. Toxoplasmose. In: Veronesi R, Focaccia R, editors. Tratado de Infectologia. 3th ed. São Paulo: Editora Atheneu. São Paulo; 2005.p.1310-25.

INAGAKI, A. D. M. et al. Soroprevalência de anticorpos para toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, sífilis e HIV em gestantes sergipanas. Rev Soc Bras Med Trop. v. 42, n. 5, p. 532-536, 2009.

JOINER, K. A. & DUBREMET, J. F. Toxoplasma gondii: a Protozoan for the Nineties. Infect Immun. v. 61, n. 6, p. 1169-1172,1993.

LEÃO, P. R. D. et al. Toxoplasmose: Soroprevalência em Puérperas Atendidas pelo Sistema Único de Saúde. Rev Bras Ginecol Obstet. v. 26, n. 8, p. 627-632, 2004.

LEBECH, M. et al. Feasibility of neonatal screening for toxoplasma infection in the absence of prenatal treatment. Lancet. v. 353, n. 9167, p. 1834-1837, 1999.

MONTOYA, J. G. & ROSSO, F. Diagnosis and Management of Toxoplasmosis. Clin Perinatol. v. 32, n. 3, p. 705-726, 2005.

MOZZATTO, L. & PROCIANOY, R. S. Incidence of congenital toxoplasmosis in southern Brazil: a prospective study. Rev Inst Med Trop Sao Paulo. v. 5, n. 3, p. 147-151, 2003.

MURATA, F. H. A. et al. Evaluation of serological and molecular tests used to identify Toxoplasma gondii infection in pregnant women attended in a public health service in São Paulo state, Brazil. Diagn Microbiol Infect Dis. v. 89, n. 1, p. 13-19, 2017.

PORTO, A. M. F. et al. Perfil sorológico para toxoplasmose em gestantes atendidas em maternidade. Rev Assoc Med Bras. v. 54, n. 3, p. 242-248, 2001.

ROCHA, E. M. et al. Risk factors for Toxoplasma gondii infection among pregnant women from the State of Tocantins, Northern Brazil. Rev Soc Bras Med Trop. v. 48, n. 6, p. 773-775, 2015.

SAKIKAWA, M. et al. Anti-toxoplasma antibody prevalence, primary infection rate, and risk factors in a study of toxoplasmosis in 4,466 pregnant women in Japan. Clin Vaccine Immunol. v. 19, n. 3, p. 365-367, 2012.

SANTOS, P. C. et al. Risk and other factors associated with toxoplasmosis and toxocariasis in pregnant women from southern Brazil. J Helminthol. v. 91, n. 5, p. 534-538, 2017.

SARTORI, A. L. et al. Triagem pré-natal para toxoplasmose e fatores associados à soropositividade de gestantes em Goiânia, Goiás. Rev Bras Ginecol Obstet. v. 93, n. 2, p. 93-98, 2011.

SCHMIDT, D. R. et al. The national neonatal screening programme for congenital toxoplasmosis in Denmark: results from the initial four years. Arch Dis Child. v. 91, n. 16, p. 661-666, 2006.

SILVA, M. G. et al. Epidemiological factors associated with seropositivity for toxoplasmosis in pregnant women from Gurupi, State of Tocantins, Brazil. Rev Soc Bras Med Trop. v. 47, n. 4, p. 462-468, 2014.

SOUSA, J. A. D. S. et al. Knowledge and perceptions on toxoplasmosis among pregnant women and nurses who provide prenatal in primary care. Rev Inst Med Trop Sao Paulo. v. 1, n. 59, 2017.

SPALDING, S. M. et al. Serological screening and toxoplasmosis exposure factors among pregnant women in South of Brazil. Rev Soc Bras Med Trop. v, 38, n. 2, p. 173-177, 2005.

SROKA, S. et al. Prevalence and Risk Factors of Toxoplasmosis among Pregnant Women in Fortaleza, Northeastern Brazil. Am J Trop Med Hyg. v. 83, n. 3, p. 528-533, 2010.

Published

2020-02-03

How to Cite

SILVEIRA, M. B.; FILHO, M. P. C.; OLIVEIRA, S. R. de; OLIVEIRA, K. R. de; NASCENTE, F. M.; REZENDE, H. H. A.; CASTRO, A. M. de; AVELAR, J. B. Soroprevalência e fatores de risco para toxoplasmose em gestantes na região metropolitana de Goiânia, Goiás, Brasil / Seroprevalence and risk factors for toxoplasmosis in pregnant women in the metropolitan area of Goiânia, State of Goiás, Brazil. Brazilian Journal of Health Review, [S. l.], v. 3, n. 1, p. 729–746, 2020. DOI: 10.34119/bjhrv3n1-057. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/6600. Acesso em: 28 mar. 2024.

Issue

Section

Original Papers